Trabalhar a autoestima do filho é fundamental desde bebê. Pais devem ajudá-los a se gostar do jeito que são. Evite comparações e desconstrua os padrões de beleza
Sou do tipo de mãe que vive elogiando os filhos, seja referente a questões estéticas ou comportamentais. A dupla lá de casa ainda está em fase de formação da personalidade, a Antonela com 5 anos e o Marco com 1 ano. Acho que é fundamental para a vida, a pessoa ter uma boa autoestima, bem naquela tese que é preciso se gostar, desde pequeno, do jeito que é. Além do mais, reforço uma orientação que aprendi com a minha mãe: "nunca se compare com outras pessoas". Sempre terá alguém melhor e pior do que a gente e o resultado dessa comparação é ruim duplamente, será um ser insuportável (se achando superior aos demais) ou com baixa autoestima (se achando inferior aos demais).
"Nunca dei muita bola para padrões de beleza. O belo pode ter diferentes cores e contornos"
Outro dia, a pequena me disse que fulana era bonita. Perguntei por que? Era loira e tinha os olhos claros, parecia a Barbie. Então, conclui que era tempo de apresentar outros tipos de bonecas. Agora, no aniversário comprei uma gordinha linda e superinteligente (fala 50 frases) para dar de presente. Os meus dois filhos tem características física distintas. O Marco tem cabelos encaracolados, olhos claros, corpo farto. A Antonela tem cabelos lisos, olhos escuros e corpo esguio. Faço questão de dizer para os dois que eles são lindos e queridos. Sou 100% sincera nos comentários(coruja assumida). Nunca dei muita bola para padrões de beleza. O belo pode ter diferentes cores e contornos. Simplesmente adoro as pernocas finas da pequena e os cachos do guri.
Nós, pais temos um papel fundamental nessa construção. E a nossa intervenção, muitas vezes, será a de ajudar os pequenos a enxergar a beleza de seus contornos, que não precisam ser padronizados e, mesmo assim, são uma obra de arte. Nesse sentido, recomendo assistir a um vídeo tocante, lançado no fim de janeiro pela Dove, nos Estados Unidos. O vídeo "Love your curls" (ou ame seus cachos, em português), mostra que apenas quatro entre cada 10 meninas amam seus cabelos cacheados.
Os depoimentos são tocantes e de deixar o coração partido. "Eu fico tentando esticar o meu cabelo, mas não dá certo", conta Carina, de 6 anos. Algumas meninas dizem que sentem-se "tristes de vez em quando" por causa dos cachinhos. E o vídeo apresenta uma solução muito simples para o caso delas. A mensagem final era aprender a amar seus cabelos a partir do exemplo de adultas encaracoladas, mães e familiares, extremamente satisfeitas com os suas madeixas.
Ticiana Fontana