Depois da Páscoa das lembrancinhas, vem o Dia das Mães das lembrancinhas. Uma estimativa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) projetava que o volume de consultas para vendas parceladas na semana anterior ao Dia das Mães deste ano (entre 3 e 9 de maio) cairia 3,6% em relação aos sete dias que antecederam a mesma data comemorativa no ano passado. Tudo isso graças ao atual cenário de baixa atividade econômica e restrição ao crédito.
Mas, digam-me as mães, quem de nós se afetou minimamente com a possibilidade de receber uma lembrancinha diante da magnitude da data deste domingo? Neste ano, comemorarei a primeira década como mãe, e, desde o primeiro Dia das Mães, prefiro festejá-la muito mais até do que meu aniversário. E na semana que antecede a grande data, fiquei sensível, como na época da gravidez, sei lá por quê.
Ainda no domingo passado, assisti a uma reportagem no Esporte Espetacular que mostrava o encontro do técnico Bernardinho com a menina Katilane, que teve exatamente o mesmo problema do meu guri: pé torto congênito, os dois pezinhos nasceram voltados para dentro.
O sonho de "ser livre"
No caso da baianinha, era ainda mais grave, e ela teve de fazer cirurgia para receber uma prótese e realizar o sonho de "ser livre", no caso, conseguir andar. Bernardinho custeou todo o tratamento, e Katilane foi conhecê-lo pessoalmente, em quadra. Assistiu a uma partida de vôlei, que terminou em mais um título para o técnico.
Vi a felicidade e o orgulho no rosto daquela mãe, ao presenciar a declaração de amor da filha ao técnico que a libertou. Constatei naquele semblante tímido o mesmo agradecimento que me acompanha desde antes ainda de o guri nascer. Nunca deixo de agradecer a graça de ele ter vindo para nós. De o termos escolhido, e de ele nos escolher.
O Dia das Mães mais especial
Durante o restante da semana, revivi muitos Dias das Mães inesquecíveis desses 10 anos. Mas um deles é especial. O dia em que o menino subiu pela primeira vez em um palco, no primeiro ano da Educação Infantil, no primeiro ano de homenagem recebida diante de uma multidão de pais e mães emocionados.
Eram várias tarefas complexas para executar em uma fração de segundos: subir ao palco, segurar a flor e enfrentar centenas de olhares curiosos. E aquele "toquinho" de gente finalizava sua primeira homenagem em público com o dever cumprido, e a rosa amarela, da qual não tirava os olhos em nenhum momento, era transferida, inteira, para as mãos trêmulas da mãe. Tão singelo, tão profundo, tão marcante. O menino da rosa amarela me fez inesquecivelmente feliz nos 10 melhores anos da minha vida. Abençoado Dia das Mães a todas!