Mais antigo cemitério em funcionamento no Rio Grande do Sul, o Cemitério da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre está completando 165 anos de operação ininterrupta neste mês. Entre pagantes e não pagantes, 4 mil pessoas, em média, foram sepultadas no local a cada ano desde a abertura - o que resulta em um total estimado de 660 mil cadáveres.
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Também este mês, o cemitério convocou os responsáveis por mais de 500 unidades alugadas para a regularização dos contratos de sepultamento (o que ocorre duas vezes por ano). Um edital publicado em Zero Hora no último dia 20 estipula prazo de 30 dias -até 20 de junho - para que os pagamentos pendentes sejam efetuados. Ao final do período, sepulturas, catacumbas e nichos que continuarem com dívidas serão exumados, e os restos mortais, transferidos para o ossário coletivo.
Esse ponto ainda não é o destino final dos ossos - as famílias podem tentar identificar e recuperar o material num período que se estende por até dois anos. É comum, segundo a administração, que pessoas que mudaram de endereço ou se ausentaram em viagens longas se apresentem mais tarde. Mas, se ninguém aparecer, aí então os restos mortais são depositados no ossário definitivo, de onde não será mais possível resgatá-los.
Além da publicação do edital, a administração contata os inadimplentes por meio de correspondência com AR (aviso de recebimento). Quem comparece e quita os débitos pode solicitar a mudança para outro local disponível - menor, por exemplo, como um nicho na parede - ou permanecer onde está, optando também entre locação e compra.
Há três possibilidades de enterro no Cemitério da Santa Casa: os gratuitos, no Campo Santo, destinados à população carente, e os pagos (espaço comprado ou alugado).
- O Campo Santo sempre existiu como espaço para atender aqueles que não tinham como fazer o sepultamento dos seus familiares. Era o único local que aceitava escravos - destaca a historiadora Juliana Mohr dos Santos.
Quem paga pelo sepultamento pode adquirir um espaço em definitivo, como os jazigos perpétuos (e aí incidem também taxas anuais de manutenção e valores extras a cada novo enterro no mesmo local), ou alugar por triênio, renovando o contrato posteriormente.
- O local não regularizado passa a ser considerado abandonado - alerta o coordenador administrativo Roque Inhaquites.
A convocação
- Responsáveis pelos contratos vencidos entre 1/11/2014 e 30/04/2015 devem procurar a administração do Cemitério da Santa Casa até o dia 20 de junho.
- Se a regularização não for efetuada no prazo estipulado, as unidades com dívidas serão abertas. Os restos mortais serão transferidos para o ossuário coletivo.
- Informações pelos telefones (51) 3223-2325 e (51) 3233-6506.
Visitas guiadas
O Cemitério da Santa Casa é aberto para visitas guiadas para grupos de cinco a 25 integrantes. Os passeios, com cerca de duas horas de duração, destacam aspectos arquitetônicos e artísticos, passando pelos túmulos de figuras importantes da história gaúcha, como Julio de Castilhos, Protásio Alves e Pinheiro Machado. Mais informações podem ser obtidas no Centro Histórico Cultural Santa Casa, pelo telefone (51) 3214-8255.
Conheça o cemitério da Santa da Casa: