Em apenas 8,5% dos municípios gaúchos, o número de estudantes que saem do Ensino Fundamental com o conhecimento adequado em matemática é considerado satisfatório. Quando a avaliação é sobre língua portuguesa, o percentual de cidades que têm alunos com desempenho esperado para o 9º ano no Rio Grande do Sul é de 25%.
É o que mostra um levantamento que será divulgado nesta quinta-feira pelo movimento Todos Pela Educação, com base em dados de 2013.
O movimento considera que tem aprendizado adequado o aluno que atinge ou supera 200 pontos na Prova Brasil em língua portuguesa e 225 em matemática no 5º ano, e 275 em português e 300 pontos em matemática no 9º ano. A pontuação vai de 0 a 500. Participam da prova todas as escolas públicas das redes municipais, estadual e federal que possuem, no mínimo, 20 alunos matriculados nas séries avaliadas.
Cada município, com base no seu histórico na avaliação, criada em 2005, tem a própria meta a ser batida, com o objetivo de chegar a 70% dos alunos com aprendizado adequado a seu nível escolar em 2022. Mas a curva está no sentido inverso.
- O fraco desempenho nesta fase terá impacto na sequência da formação do aluno, o que reforça a necessidade de políticas específicas para cada etapa de aprendizagem - analisa a coordenadora-geral do Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco.
O percentual de municípios que atingiu a meta para o 9º ano, no Rio Grande do Sul, está abaixo da média nacional, que já é pequena: 10% das cidades alcançaram o índice em matemática e 29,6% em português. Além disso, o desempenho do Estado caiu quase pela metade em relação a 2011. No 5º ano, entretanto, o resultado é melhor.
Secretaria defende formação prática
Para a presidente do Conselho Estadual de Educação, Cecília Maria Martins Farias, os resultados expressam que o investimento no setor é inversamente proporcional ao discurso de que a educação é prioridade. Sobre a queda de desempenho dos anos finais em relação aos iniciais do Ensino Fundamental, Cecília destaca que é necessário repensar métodos:
- A escola não está conseguindo atender aos interesses do aluno nos anos finais, o que gera um menor envolvimento do estudante com a escola, e isso acaba se refletindo nesses índices.
Diversificar as práticas em sala de aula é um dos focos defendidos pela diretora do Departamento Pedagógico da Secretaria Estadual de Educação, Leila Schaan, para melhorar o desempenho do Estado.
- Não podemos admitir esses índices para o Rio Grande do Sul. Precisamos trabalhar em uma matriz curricular para uniformizar o ensino e investir em uma formação de professores mais voltada para a prática - avalia.