Elas ocupam um dos cargos familiares mais indesejados da humanidade. Para muitos(as), são a personificação da megera, o brinde odiado do matrimônio, tema de piadas e alvo de xingamentos alheios. Boas ou más, as sogras dividem opiniões até hoje.
Para Frederico Mattos, psicólogo e autor do livro Mães que amam demais, no que se refere a reclamações contra sogras, existe uma cultura machista que ainda privilegia os homens na posição de genro.
- O homem acaba sendo adotado como um filho na família da mulher, mas a mulher costumeiramente é vista como intrusa e questionável na vida da família do parceiro. Por esse motivo, é mais raro o problema sogra-genro e muito mais comum sogra-nora.
A pedido de ZH, Mattos e a mestre em psicologia Cristina Fiad Aragonez listaram as cinco reclamações mais comuns contra sogras:
1 - "Ela é manipuladora e sempre quer atenção"
É muito comum as mães que ficam disputando atenção e reclamando tempo do filho(a) ou do casal com variados compromissos familiares. Pessoas dramáticas e manipuladoras já são trabalhosas por natureza, pois inspiram culpa e medo e por dominarem o território, mas, no papel de sogra, isso ainda é mais terrível. Afinal se ela tem um domínio sobre a cabeça do filho (que raramente se dá conta disso) ela ataca e pode envenenar a visão que ele tem da própria parceira. É uma bomba tóxica no relacionamento que precisa ser olhada com muita atenção.
2 - "Ela não respeita meu espaço"
Uma das etapas mais dolorosa para uma mãe superprotetora é imaginar que o filho estará ao lado de outra mulher que não atinja o suposto padrão de qualidade dela. O curioso é que a mãe deseja que a nora cumpra um papel de submisssão cuidadora do filho, coisa que está longe de ser o papel de uma mulher na vida de um homem. Ambos são parceiros adultos capazes de cuidarem de si mesmos, mas que resolveram apoiar um ao outro e não se submeter. A sogra jamais entende como uma mulher pode não adotar a postura que ela adota, por isso a falta de respeito.
3 - "Ela se mete nas nossas decisões"
Nesse caso, não há um respeito às decisões do casal e tampouco nas suas funções parentais. Os limites do que ela pode ou não participar estão confusos e indefinidos, a sogra sente-se no direito de opinar sobre questões íntimas conjugais, bem como a melhor maneira de educar os netos, considera que a sua maneira é a certa e que deve ser seguida. Nesse caso, é muito recorrente as sogras criarem impasses desnecessários diante de atividades cotidianas, como quem senta perto de quem à mesa ou quem tomará a palavra em ocasiões especiais.
4 - "Ela tem ciúmes do filho(a)"
A batalha para que o filho(a) dependente da mãe se desvincule do ninho físico é uma das mais difíceis. Na lógica da mãe, o filho(a) só sai para casar, e olhe lá. Esse momento revela a extrema disfuncionalidade da vida pessoal da mãe que fez uma carreira em cima do filho, como se fosse ficar aposentada emocionalmente para sempre. Isso ataca sua autoestima diretamente, por isso todo tipo de chantagem e barganha é utilizadopara impedir essa transição.
5 - "Ela não nos apoia em nada"
É o oposto da sogra metida. Os casais, ao se unirem, iniciam um novo núcleo familiar. A rede de apoio é um dos pontos importantes para a construção dessa nova família: saber que podem contar com seus familiares é algo que ajuda em um sentido prático, mas também emocional. Porém, muitas vezes presenciamos casos em que há um desligamento neste sentido, em que o casal não pode contar com este apoio da sogra em casos de necessidade.
Mas, como evitar?
- Conscientize o parceiro sobre a responsabilidade central dele em se posicionar diante da própria mãe.
- Seja cordial sem ser submisso(a).
- Fortaleça o vínculo com o parceiro para não se afetar com ataques indiretos.
- Em resumo, é o parceiro que terá que enfrentar o impasse que tenta negar a vida inteira, de que a mãe boicota, em nome de um suposto amor incondicional, a vida do filho.