Não há exame que envolva mais mitos e mistérios do que a endoscopia. Muitos disseminam a informação de que ele é dolorido, demora, fica sob efeito da anestesia por muito tempo, corre risco de choque anafilático, entre outras complicações.
Caracterizado pela introdução de um "fio" - chamado de gastrofibroscópio - pela boca, que passa por garganta, esôfago, estômago, até chegar ao intestino, o procedimento não é dos mais agradáveis, porém sua função é nobre. Por meio dele, é possível fazer um diagnóstico preciso do aparelho digestivo e ainda tratar eventuais problemas como úlceras, irritações, inflamações e até tumores.
O presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Sérgio Bizinelli, alerta sobre a importância do exame.
- É possível realizar de forma segura a ressecção do tecido doente, evitando o procedimento cirúrgico. É eficaz no tratamento de cânceres gástricos e outras doenças gastrointestinais - afirma Bizinelli.
Segundo o especialista, o processo dura, em média, de 10 a 15 minutos.
- Primeiro é aplicado um anestésico (geralmente em spray). Um protetor bucal é colocado para que ele não feche a boca. Depois, é inserido o gastroscópio pela garganta até o início do intestino (duodeno).
Antigamente, o exame era feito sem anestesia e com um instrumento não muito flexível, os fibroscópios, por isso causava dor. Hoje, a tecnologia é avançada como o caso da cápsula endoscópica, considerado a melhor forma de examinar o intestino delgado.
- Com esse equipamento, podemos explorar esse segmento com fotos de alta definição, ampliando nossas possibilidades de diagnóstico e melhorando a precisão do tratamento, sem nenhum desconforto para o paciente - detalha o gastroenterologista Marcelo de Souza Cury, um dos maiores especialistas no tema no Brasil.
Quanto ao choque anafilático por causa do anestésico, Bizinelli diz que a probabilidade é baixa, com poucos casos registrados mundialmente.
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