Como ser uma boa mãe, uma boa profissional e ainda se sentir realizada na cama? Esse é o dilema que persegue muitas mulheres. A sex personal trainer Rita Rostirolla se dedica a ajudá-las a resolver essa equação. A gaúcha, de Guaporé, autora do livro Na Cama com Rita Rostirolla - Segredos de uma sex personal trainer, presta consultoria há 15 anos. Ela esteve na Capital esta semana, onde ministrou um workshop para as interessadas no assunto.
Segundo a consultora comportamental, realização sexual também é uma questão de saúde e influencia diretamente na qualidade de vida das mulheres. Ela defende que, para mudar essa realidade, deve-se apostar na autovalorização da mulher.
Enquete: você se sente realizado(a) sexulamente?
- Toda mulher pode ser uma diva, basta ela se tratar como uma. Por vezes, ela quer ser tratada como tal mas ela mesma não se trata assim, se contentando com migalhas, vestindo-se mal, não cuidando do corpo, aceitando a maneira como seu parceiro a trata e por aí vai - alerta.
- Erroneamente, as mulheres pensam que, para usar um lingerie sexy, precisam ter um padrão de beleza, certa idade ou tipo físico. Uma mulher que se valoriza sabe que não é a lingerie, o peso ou falta de silicone que irá impedi-la de ter momentos picantes com seu parceiro. Ela tem atitude. Isso, por si só, é muito sexy. Consequentemente, a cama vira um parque de diversões - afirma.
Para Rita, o sexo se torna desinteressante para a mulher quando fatores externos à relação ou a insatisfação com o parceiro começam a deixá-la preocupada e dispersa.
- Diferente do homem que precisa gozar para relaxar, ela precisa relaxar para gozar. Então, se ela está cansada ou indignada com algum comportamento do parceiro, o sexo acaba deixando de ser interessante e, muitas vezes, ela o vê como uma obrigação - explica.
Isso ocorre pois, muitas vezes, ela acredita que deve desempenhar apenas "o papel para o qual foi educada", sem reivindicar o seu espaço ou lutar por seus sonhos.
- Muitas mulheres, passam a vida toda escondidas atrás de uma imagem, justificando-se e perdendo inúmeras oportunidades na vida. Isso ocorre não só no campo dos relacionamentos, elas acabam perdendo, inclusive, oportunidades de emprego porque não se valorizam - afirma.
Para a personal, trabalhar a autoestima ainda é um dos maiores desafios das mulheres moderna. E para que ela atinja esse objetivo, o segredo é desvincular autoestima de estética.
- Sensualidade não tem nada a ver com estética e sim com atitude. Independente da minha estética, tenho que me gostar, me amar. Mas, claro, se não me sinto bem com algo em mim, devo procurar alguém que me ajude a mudar isso. Porém, não posso passar a vida toda usando isso como desculpa para minhas frustrações - revela.
Dificuldades para chegar ao orgasmo
Rita destaca que um dos maiores fatores de frustração das mulheres é a dificuldade para atingir o orgasmo, que muitas vezes acaba sendo fingido para satisfazer o parceiro. Segundo ela, as causas são muitas, desde problemas fisiológicos, como depressão ou flutuação hormonal ou fatores emocionais, como estar passando por algum estresse no trabalho. Em outras situações, a educação familiar é uma herança complicada de ser administrada.
- Ela aprendeu que nada podia, que tudo era errado, feio e sujo com relação ao sexo. Mesmo na fase adulta, com uma vida sexualmente ativa, é plenamente aceitável que ela tenha dificuldades para atingir o orgasmo porque não consegue se soltar - diz.
Além disso, há diferenças comportamentais na cama entre homens e mulheres e elas saem em desvantagem.
- Eles se excitam facilmente através do visual e com algum estímulo já chegam a ejaculação. As mulheres, no entanto, não são visuais e precisam muito das preliminares para atingirem o orgasmo. Não é a toa que os especialistas dizem que somos como fogão à lenha e os homens como fogão à gás. Precisamos começar nosso fogo antes. E isso muitas vezes cabe ao parceiro ajudar também, mas temos que ter esse discernimento e não nos compararmos a eles - ensina.
Mudanças na cama
- A mulher moderna está preocupada com sua sexualidade e não em simplesmente "agradar" seu parceiro. Logo que iniciei meu trabalho, mulheres casadas eram a grande maioria das minhas clientes, e o que elas buscavam geralmente era uma forma de ser mais sexy para seus parceiros. Hoje isso mudou e muito. Agora ela está mais preocupada em usufruir da sua sexualidade, se livrar de tabus e preconceitos. Elas estão atrás do seu prazer e não em dar prazer - revela.
Uma das primeiras medidas para superar as dificuldades que cercam a sua vida sexual seria combater o desinteresse pelo sexo.
- Ela deve entrar no quarto, deixar os problemas do lado de fora e relaxar. Com relação à repressão, que também ajuda a perder o interesse pelo sexo, uma dica é deixar o pudor do lado de fora. Numa relação onde há amor e respeito, no quarto vale tudo. Outra dica é estimular a parte mais erógena do corpo: a mente. Pense em coisas sensuais, planeje, ouse - ensina.
Rita lista algumas dicas para que as mulheres se sintam mais confiantes em sua própria vida sexual:
:: Não se baseie na sua estética para se valorizar. Afinal, com o passar dos anos, essa casca cai. Mas isso não significa que você não precisa mais ter cuidados especiais.
:: Pratique algum exercício físico, que além de ser saudável e melhorar seu condicionamento físico, facilitará sua vida sexual. Ele fará você se sentir bem melhor, pois libera serotonima, substância que proporciona bem-estar.
:: Tenha mais atitude. Não espere uma oportunidade para fazer algo novo ou diferente. Crie a oportunidade.
:: Dance. Dançar trabalha sua autoestima e ainda explora naturalmente sua sensualidade. Experimente dançar sozinha em casa por alguns minutos, é uma terapia.
:: Melhore sua postura e use mais seu olhar, pois eles são valiosas armas de sedução. Endireite sua coluna, cabeça erguida, porém com o queixo levemente inclinado para baixo. Isso aumenta o seu olhar. Treine na frente do espelho e tente aplicar quando caminhar pela rua. É infalível! Todos reparam em você, homens e mulheres.