Vera Fischer é a bem-humorada Carmo em Espelho da Vida, novela das 18h da Globo. Na trama, a personagem tem um temperamento forte e já atuou na televisão, mas está afastada porque acredita que, com a idade, não ganha mais papeis relevantes.
Ela se instalou em Rosa Branca para gravar o filme de Alain (João Vicente de Castro), na pele de Hildegard, mãe de Danilo (Rafael Cardoso). Com uma língua afiada, se diverte ao trocar farpas com Solange (Luciana Vendramini), que também faz parte do elenco do longa e é sua rival.
Na entrevista a seguir, a atriz de 66 anos conta como se relaciona com a geração mais jovem de atores e o que acha da aposta das novelas em nomes que tem muitos seguidores nas redes sociais. Além disso, Vera também comenta sobre seu retorno à televisão, afinal ficou afastada desde Salve Jorge, em 2012, e só retornou aos folhetins neste ano, primeiro com uma participação em Malhação e, agora, na trama de Elizabeth Jhin.
O que mais te instigou no convite para a novela?
Em primeiro lugar, Pedrinho Vasconcelos, que na minha cabeça era um menino de 15 anos, me liga. Aí falei: "Ai, meu bom Jesus! Esse menino agora virou diretor de núcleo e eu vou correndo", porque ele me abraça, me aperta, sabe essas coisas que não se faz mais hoje? Ainda bem que a Flávia (Garrafa, esposa do diretor) não tem ciúme, porque é minha amiga. É lindo o nosso trabalho. Tem gente jovem linda demais! Eu já virei amiga da Kéfera (Buchmann).
O que você acha dessas apostas em nomes com grande número de seguidores nas redes sociais?
Nem todo mundo que tem 20 anos e uma conta no Instagram é má atriz. A Kéfera é ótima! A Vitória Strada é uma atriz maravilhosa também. Só que tem algumas que não são... Elas têm uma conta miserável lá, mas não são atrizes. Então a gente tem que fazer a diferença. Eu me divirto muito porque estou no núcleo dos jovens atores do filme do Alain (João Vicente de Castro).
Como está sendo esse retorno às novelas?
Eu realmente estava precisando voltar nessa alegria, nesse respeito, nessa harmonia de direção, produção e atores. Fiquei seis anos sem fazer novela. Fiz teatro. Agora, me ajudou muitíssimo esses anos de palco.
O humor da sua personagem está sendo uma novidade para você?
Não! Porque eu fiz a Cidinha de Perigosas Peruas (1992), que era engraçada; e a Yvete de O Clone (2001). Só que a Carmo tem uma coisa que é ainda melhor, porque ela implica com a Solange (Luciana Vendramini).
E sobre reencarnação, você acredita?
Eu levei muito tempo na minha vida sem saber sobre kardecismo, por ignorância mesmo. Viajando com teatro, paro em livrarias de aeroportos e compro livros. Comprei muitos da Zíbia Gasparetto (1926-2018) sem saber do que se tratava. Comecei a ler e a gostar porque é a história romanceada do kardecismo. Depois me interessei por Allan Kardec e vi como esse homem sabia ser moderno, pensar direto como eu penso também. Que história é essa de que a gente morre e esse corpinho é comido pelos vermes e acabou? Não! É bacana achar que a gente vai para um lugar branco. Por que branco? É bonito, né?