Com planta livre (e paredes apenas para dividir os banheiros), este apartamento foi uma tela em branco para as arquitetas Débora Feistauer e Taís Nicolacópulos, do escritório Bloco Z.
Em um trabalho feito a oito mãos, a dupla contou com as ideias do casal de moradores, que têm a criatividade como natureza das profissões: ela é estilista, ele, ilustrador e tatuador.
Os dois queriam apenas um quarto, e o resultado transformou o imóvel em um grande estúdio cheio de referências contemporâneas e soluções de setorização. Uma das mais irreverentes está na sala, com o uso de dois biombos de ferro com tela expandida, que, além de dividir o espaço que é um mix de ateliê e quarto de hóspedes, também é usado como parede verde, com bolsas vivas de feltro, e um cantinho de galeria de arte.
Conforme contam as arquitetas, exatamente devido aos seus ofícios, os moradores não tinham medo de usar cores, como o contraste entre o azul e o coral. Também não pensaram duas vezes antes de optar por ideias como o armário oriental amarelo, o bufê turquesa e o tapete vermelho.
O segredo, explicam, fica por conta da base neutra de piso, paredes e teto. Até as cadeiras de jantar, que são de modelos diferentes, ficaram harmônicas pela escolha de usar a mesma cor, neste caso o preto. Bem-vinda, a madeira é usada em tampos das mesas e também no impactante painel de fundo.
Ousado
A porta tem a folha na cor Apatita e a guarnição no tom Hibisco. Apenas na área do estar os dutos deixam o matiz natural para ganhar uma nuança de verde-água.
O ponto de partida
O revestimento Chamois, da Portobello, norteou a paleta de cores com azuis e contraste do coral. Para as bancadas, as profissionais usaram silestone.
Base neutra
Para manter a proposta de deixar o destaque para toques pontuais, as persianas de madeira são pintadas de cinza, mesma cor do sofá da Gobbi Novelle. Sobre a mesa de trabalho, as luminárias são da Vértice.
Home office
A bancada atrás do sofá permite que dois trabalhem ao mesmo tempo, acompanhados de samambaias e peperômias. Ao fundo, o bufê azul tem um tampo de vidro para auxiliar no suporte ao ateliê.
Galeria
Os biombos metálicos com telas de chapa expandida contam com bolsas vivas e uma mostra das obras de arte do casal. O tapete de vermelho intenso é da Jasmin.
Lâmina de jatobá
O painel ao fundo tem uma extensão total de 4m60cm. Quando as portas estão recolhidas,a abertura pode chegar a 3m30cm. Logo à frente,um colchão com capa é usado como futon na bancada e é um curinga no dia a dia.
Do tamanho do conforto
Quando o painel de lâmina de madeira jatobá é aberto, o quarto de 12 metros quadrados integra-se à paisagem do restante do apartamento. Dentro do efeito de continuidade proposto pelas arquitetas do escritório Bloco Z, que conta com sede em Porto Alegre e Florianópolis, o piso de porcelanato com placas de 90cm x 90cm também foi usado no dormitório.
Aquecido pelo tom azul do dossel estilizado de marcenaria, que emoldura a cama queen, e do veludo com capitonês, o dormitório é 100% funcional.
– Como o apartamento era todo integrado, reservamos para o quarto aproximadamente a medida necessária para a cama grande, o único pedido do casal para este cômodo – explica a arquiteta Débora Feistauer, que assina o projeto com a sócia Taís Nicolacópulos.
Nas laterais da cama, os criados mudos são suspensos e ganharam luminárias com design arrojado, e o tapete, um modelo killim, foge do desenho tradicional do usado no ateliê para apostar em um desenho contemporâneo de chevron (também conhecido como espinha de peixe).
O conceito de menos é mais também é visto no painel da TV, em branco básico apenas com uma prateleira alta, que também setoriza o closet, mantendo todo o ambiente longe de qualquer possibilidade de bagunça.