Com Priscila Nunes
Dirigir um Porsche é uma experiência única. Ainda mais quando o modelo é híbrido. O Cayenne S E-Hybrid surpreende elo interior luxuoso, pelos detalhes e, em especial, pelo comportamento do conjunto propulsor. A cor verde limão fluorescente nos ponteiros dos instrumentos, nas pinças de freios e no logotipo identificam o modelo que rodamos por cerca de 100 quilômetros nas ruas de Porto Alegre e na BR/290, a autoestrada Porto Alegre-Osório. O Porsche Cayenne S E-Hybrid custa R$ 420 mil.
Como todo Porsche, a ignição fica à esquerda do volante, localização que remete às experiências nas 24 Horas de Le Mans. Ao acionar a chave, silêncio total. Apenas o motor elétrico funcionou. O V6 ficou mudo. Bastou engatar a marcha e pisar leve que o utilitário esportivo arrancou ignorando as 2,35 toneladas. Primeiro nas ruas e depois na estrada, a velocidade aumentou e até os 110 km/h o carro foi movido pelos 93 cv do elétrico. A partir dai os 333 cv do V6 e a potência combinada de 416 cv e força (torque) de 60,2 kgfm foram bem distribuídos pelo câmbio automático de oito velocidades Tiptronic S à tração integral permanente. O ronco suave invadiu a cabine que lembra uma nave espacial e passou despercebido sem interferir na conversa.
Na cidade, o S Hybrid rodou praticamente com o motor elétrico e, como na estrada, a passagem ou a combinação dos dois propulsores foi quase imperceptível. Visível apenas no mostrador do painel que indica como os propulsores movem as rodas e como o condutor pode dirigir para usar ao mínimo o motor a gasolina. Mostra ainda a recuperação de energia e a recarga da bateria de íon lítio nas frenagens, desacelerações e descidas.
A ergonomia é ótima, os ajustes elétricos do volante e do banco facilitaram encontrar a melhor posição para dirigir com conforto e segurança. O comportamento surpreendeu. A direção elétrica macia e precisa garantiu a condução semelhante a de um avançado esportivo. O sistema híbrido e a economia de combustível não comprometeram o desempenho do Cayenne. O conjunto propulsor mostrou a força e a potência quando pisei forte no acelerador e os dois motores funcionaram juntos. A resposta foi rápida como um autêntico Porsche fazendo o coração pulsar mais forte. Conforme a montadora, o S-Hybrid acelera de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos, chega a velocidade máxima de 243 km/h e tem consumo combinado de 3,4 litros por 100 quilômetros.
Os três níveis de ajuste da suspensão pneumática permitem encontrar a combinação ideal para enfrentar os buracos, os quebra-molas e as lombadas das ruas e das estradas. No Comfort, a suspensão absorve as irregularidades do asfalto sem transmitir para o interior. No Sport, endurece o conjunto para o comportamento mais esportivo e reduzir o movimento da carroceria. O Normal é o intermediário, usado na maioria das situações.
O luxuoso acabamento do Cayenne chamou a atenção pela qualidade, pelos materiais macios e pelos detalhes. O interior do modelo testado, revestido em couro, combina cromados nas saídas de ar, nos controles, nas aletas de troca de marcha, no volante, na palanca, nos porta-objetos e maçanetas das portas.
Os mostradores analógicos e digitais do quadro de instrumentos mostram o comportamento do carro e, no centro, o consumo da bateria acompanhando a pressão no acelerador. No painel, a tela sensível ao toque comanda as todas as funções do carro. No console, os controles do ar condicionado de duas zonas, do modo elétrico ou esportivo, da altura e rigidez da suspensão, da recarga rápida da bateria e do sistema de som, entre outros.
O Cayenne S E-Hybrid é um hibrido do tipo plug-in. A autonomia da bateria de íons de lítio depende das acelerações e velocidade e pode permite rodar até 35 quilômetros. Durante a rodagem, a regeneração de energia ocorre nas freadas, descidas ou quando forçada. A recarga da bateria pode ser feita em tomada doméstica de 110 volts, em oito horas, ou 220 volts, em quatro horas.
A jornalista Priscila Nunes, que também dirigiu o Porsche, destacou que o Cayenne expressa grandiosidade, luxo, conforto, segurança e exclusividade. Possui tecnologia e é super moderno.
- Em uma experiência dinâmica, o que chamou a minha atenção foi o fluxo de energia no painel. Um marcador funciona como uma espécie de medidor digital que mostra quando o motor elétrico atua na recarga da bateria, para mover o carro, ou quando o motor V6 está em ação - .
Priscila gostou do comportamento do Cayenne em Porto Alegre e na estrada. Também comentou a impossibilidade de passar despercebido no trânsito. “Gravamos vídeos e fizemos fotos e, na hora que partimos, é claro que os curiosos de plantão espiaram atentamente”
No interior sofisticado considerou diferente ver as alças ao lado dos bancos, "que entregam as suas características de um Porsche". Destacou o painel como único e informativo, “um dos mais completos dos carros que já testei”
A jornalista considerou a direção leve e concordou comigo que o Cayenne pareceu flutuar na pista. Lamentamos que a experiência passou rápido, pouco mais de duas horas que pareceram minutos.
Conclusão: O Cayenne S Hybrid surpreende pela alta tecnologia que economiza combustível sem comprometer o desempenho. Os avançados recursos eletrônicos aproveitam integralmente a potência e a força dos motores combinando conforto, desempenho e segurança sem exagerar no consumo de gasolina. Como vantagem, pelos incentivos, custa menos do o modelo V6 convencional.