O desacerto do Grêmio neste final de Brasileirão é imenso e inexplicável. A bola curtíssima de dentro do campo se mistura à falta de soluções, repertório e atitudes de seu técnico e culmina com um misto de desespero e despreparo dos dirigentes, inclusive o presidente. O empate com o Cruzeiro foi um belíssimo resultado, mas a atuação, deficiente como outras tantas deste certame em que as derrotas superam bastante o número de vitórias.
O que se viu no Mineirão contra o Cruzeiro, principalmente no primeiro tempo, foi mais um baile do adversário com a bola nos pés, algo que já havia sido visto contra o Palmeiras, quando a derrota de apenas um a zero foi um dos resultados mais injustos do campeonato.
Não adianta dizer que o segundo tempo no Mineirão foi razoável. Não foi. A queda de produção cruzeirense foi muito mais determinante do que um hipotético crescimento tricolor. É bom lembrar que do outro lado havia uma equipe abatida, com um técnico instável e uma torcida irritada.
Não adianta mais avaliar individualidades ou opções táticas. O Grêmio está bagunçado e a permanência na primeira divisão se dará porque os inimigos de tabela têm ajudado e seguirão ajudando.
Quanto ao time de Renato Portaluppi, na base do vai no "vamo que vamo", vai se segurar. O treinador não vai ficar para 2025. Cumpriu seu ciclo, mas está proibido de contar como vantagem na despedida a manutenção gremista na Série A.
Aos dirigentes fica reservada a chance de uma recuperação de postura e a transferência de atos pessoais sensatos para a qualificação da comissão técnica e do elenco. A torcida e a imprensa são inocentes nesta desastrosa campanha tricolor no Brasileirão 2024.