Não exagerava quem achava que o Brasil vinha à França para tentar novamente uma medalha olímpica no futebol feminino. O que está se vendo é uma grande confusão. As atuações foram insuficientes com uma vitória magra, um desempenho bom em que entregou o placar e uma apresentação horrível com direito a expulsão da nossa rainha Marta.
O trabalho de Arthur Elias começou carregado de esperança e, por pouco, não repetimos o fracasso da Copa do Mundo, caindo na primeira fase. Foi preciso uma humilhante mão das norte-americanas para as brasileiras beliscarem uma vaga pela repescagem. O presidente da CBF está na Olimpíada e precisa se manifestar também.
Chuvisqueiro abençoado
O calor parisiense, mesmo que entre períodos de chuvas, vem causando desconforto, especialmente quando o ar-condicionado é sonegado à família olímpica sob alegação capenga de defesa à sustentabilidade.
No Parque de Exposições de Paris, porém, a alta temperatura é enfrentada com alegria. Vários aparelhos ficam ao longo do boulevard que leva aos pavilhões fazendo o efeito de chafariz para as pessoas que passam se refrescarem.
A alegria maior é das crianças que tomam verdadeiros banhos. No vôlei de praia, a água é jogada com possantes mangueiras na torcida.
Os dribles do Bernardinho
Ele só não recebe pesadas críticas porque acumula muito crédito, é um vencedor e não tem por hábito conflitos com a imprensa. O técnico Bernardinho, porém, tem mostrado uma malandragem que não passa despercebida pelos repórteres.
Nas duas derrotas iniciais do time de vôlei masculino do Brasil na Olimpíada o comandante cortou o caminho na saída da quadra e simplesmente sumiu.
A própria assessoria de imprensa do COB reconheceu os dribles do treinador que acabou não avaliando as atuações de um time que vive situação incerta para se classificar para as quartas de final da Olimpíada.
O jogo do ódio e da raiva
Tem Brasil e Japão no vôlei feminino nesta quinta-feira (1º), e tudo o que se espera é conferir a atitude brasileira na partida em que a jogadora Taísa disse que vai com "ódio e raiva" para ganhar das japoneses.
Suas companheiras Gabi e Carol assinaram embaixo das declarações fortes que, segundo Taísa, não são provocações, mas sentimento concentrado para mobilizar o time brasileiro.
Bem mais amena, mas também razão para as brasileiras se dedicarem inteiramente na busca da vitória é uma homenagem ao técnico José Roberto Guimarães que nessa quarta-feira (31) completou 70 anos. O treinador disse que quer motivação extrema do seu grupo, mas que troca as palavras "raiva e ódio" por "gana e garra".
A volta de um símbolo simpático para a Olimpíada
O boneco Phryge é um sucesso. Depois de uma Olimpíada sem público e com mascotes sem graça no Japão, os franceses acertaram a mão.
Representando um chapéu daqueles que a população usava no tempo da Revolução Francesa, o símbolo dos Jogos Olímpicos está presente em milhares de produtos oficiais muito procurados, bem como faz a festa nos ginásios, dançando e interagindo com torcedores, voluntários, jornalistas e quem mais aparece na sua frente. É uma simpatia.
Gentileza surpreendente
A hospitalidade historicamente não é uma característica atribuída aos franceses. Muito se fala que eles não gostam de idiomas estrangeiros, especialmente o inglês; que são sisudos com os turistas ou que não são atenciosos nem em estabelecimentos comerciais. A Olimpíada pode mudar esta imagem.
Paris é uma cidade que está recebendo muito bem seus visitantes. Há sorrisos quando se pede uma informação e não aparece rejeição quando não se fala a mesma língua.
Da mesma maneira, os serviços são prestados com muito boa vontade em bares, restaurantes e hotéis. Os bons sinais são notados desde que se desembarca no aeroporto.
Tênis de Mesinha
Há uma nova modalidade atraindo muita gente na Olimpíada. Claro que se trata de uma brincadeira e uma campanha comercial na qual é colocada uma minúscula mesa com uma rede no meio e um promotor de eventos desafia os populares para jogarem tênis de mesa.
É dificílimo para jogar. Qualquer um que tenha uma mínima noção, ainda que do recreativo ping-pong, bate com força excessiva na bolinha e manda longe da mesinha.
Vale pelas gargalhadas do público que passa pelo local para acompanhar a disputa oficial do tênis de mesa.
Invasão chinesa
Você quer encontrar uma multidão de chineses em Paris? Compareça aos jogos de tênis de mesa no Parque de Exposições. A Arena Sul 3 sedia a competição olímpica e cada vez que os representantes da China jogam, milhares de compatriotas lotam as dependências do pavilhão.
Eles vêm de todas as partes do mundo, por vezes identificando a procedência. Há grupos da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos, residentes na própria França e, é claro, muitos procedentes... da China.
Medalha de ouro:
Phryge — O mascote da Olimpíada de Paris cumpre com sua missão e é um sucesso, esbanjando alegria e simpatia.
Medalha de Lata:
Rio Sena — Não adiantou o mergulho da prefeita. Basta olhar para se ter a certeza de que a proposição parisiense de dar condições de limpeza da água não deu certo. O Sena segue sujo, e a despoluição precisará da mais tempo para ocorrer. Além disto, a correnteza está mais forte do que o recomendado. O triatlo já foi disputado do jeito que deu, mas ainda há as maratonas aquáticas em condições que serão sabidamente ruins.