Em 1988, a carioca Luiza Parente, única representante do Brasil na ginástica artística em Seul, se classificou para a final do individual geral. Era a primeira vez que uma brasileira conseguia isto numa Olimpíada sem boicotes. Luiza ficou na última colocação, mas a história estava começando a ser escrita.
Ela voltou à disputa em Barcelona em 1992, mas não foi finalista. Demorou até 1999 para que, nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, Daiane dos Santos surgisse para o mundo, juntando-se a uma equipe que já tinha Danielle Hypólito. Veio o título mundial no solo de Daiane en Anaheim e o Brasil definitivamente colocou no seu mapa esportivo a modalidade.
Ver uma equipe feminina brasileira num pódio olímpico é emocionante, digno de todos os louros para as vencedoras, mas de lembrança agradecida com aquelas que abriram um caminho totalmente improvável, mas que está escancarado.
O alerta quente de Paris
Depois de dias em que houve chuva e até frio — vide a sexta-feira da abertura dos Jogos — a Olimpíada está conhecendo um calor parisiense que assusta muita gente. As recomendações para hidratação são constantes, já que a umidade do ar é muito baixa. Até nas estações do metrô existe um alerta para que as pessoas tomem água constantemente em função das altas temperaturas e da possibilidade de desidratação.
Calor até para quem é da praia
É surpreendente quando atletas do vôlei de praia reclamam do calor. Foi o registro feito pelas brasileiras Carol Solberg e Bárbara Seixas após vencerem a dupla da Lituânia. A temperatura na hora da partida, com sol de três horas da tarde, superava os 35 graus. Mesmo acostumada a competições em locais com clima quente, Carol referiu que o ritmo precisou ser muito controlado na partida e que o cansaço pegou forte.
Gentileza surpreendente
A hospitalidade historicamente não é uma característica atribuída aos franceses. Muito se fala que eles não gostam de idiomas estrangeiros, especialmente o inglês; que são sisudos com os turistas ou que não são atenciosos nem em estabelecimentos comerciais.
A Olimpíada pode mudar esta imagem. Paris é uma cidade que está recebendo muito bem seus visitantes. Há sorrisos quando se pede uma informação e não aparece rejeição quando não se fala a mesma língua. Da mesma maneira, os serviços são prestados com muito boa vontade em bares, restaurantes e hotéis. Os bons sinais são notados desde que se desembarca no aeroporto.
Acolhida artística no handebol
Dentre os tantos agrados que os franceses estão fazendo para os turistas e torcedores estrangeiros, até em pernas de pau eles sobem para agradar. Na chegada para o enfrentamento com o Brasil no handebol feminino, um casal de artistas recebia os espectadores portando bandeiras dos dois países. As pessoas que chegavam no Parque de Exposições faziam eram agradadas e faziam filas em busca de fotos.
Loucura pelos souvenires
Não tem preço alto que assuste o turista olímpico. As lojas oficiais dos produtos licenciados da Olimpíada têm se mostrado muito movimentadas. Na Avenida Champs Elyseés há uma megastore movimentadíssima e que não para de repor estoques. Um moletom com os símbolos dos Jogos de Paris custa em média 60 euros (aproximadamente 360 reais), enquanto as camisetas estão a 30 euros (180 reais).
Os mascotes da Olimpíada e da Paralimpíada variam de 20 euros os pequenos a mais de 80 os maiores. Nos locais de competição há filas constantes e os seguranças são, muitas vezes, chamados para organizar os consumidores, sob pena de haver distúrbios. O curioso, e que vale como dica, é que no comércio em geral, alguns produtos oficiais custam até 30% menos.
O medalhista que curte vida de comunicador
Ele sempre foi rapidíssimo nas piscinas e afiado nas declarações. Bruno Fratus, medalhista de bronze nos 50 metros livres em Tóquio está em Paris como comentarista da TV Globo e repórter do site oficial do evento.
Totalmente descontraído, algo que nem sempre era assim nos tempos de competição, ele está curtindo ficar nas zonas mistas do lado de fora, esperando os atletas que passam. Nas salas de imprensa, com uma bandeira do Brasil às costas, também é assediado para entrevistas ou simples fotos.
Medalha de ouro:
(Ginástica Feminina do Brasil) Medalha de bronze por equipes consagra um trabalho que passou a ser independente de individualidades, ainda que uma Rebeca Andrade seja nossa joia rara. O pódio olímpico é algo que jamais se imaginou naqueles tempos que apenas aplaudíamos atletas de nações como União Soviética ou Romênia.
Medalha de lata
(Ana Carolina Vieira) Expulsa da delegação brasileira por indisciplina, a nadadora segue sem se conformar. O Comitê Olímpico do Brasil lançou uma segunda nota oficial dando conta de que nenhum ato de assédio - acusação dela - foi cometido e, a cada dia, surgem lembranças de atitudes inconvenientes da atleta, como a de agredir uma colega e ter o caso parando na delegacia.