Era visível a satisfação de Fernando Diniz em seu primeiro treino como técnico da Seleção Brasileira. Ele não se intimidou nem com coisas pouco comum em clubes como os cumprimentos de políticos — o Governador Élder Barbalho estava no estádio —, patrocinadores e outros convidados da CBF antes do trabalho. Enquanto apenas os goleiros estavam no campo, Diniz participou de uma verdadeira solenidade de recepção ao time brasileiro, na qual estava lado a lado com o presidente da CBF, o sorridente Ednaldo Rodrigues, e com o diretor de Comunicação, Rodrigo Paiva.
O poderoso de Ednaldo
Ninguém entende mais de Seleção Brasileira na CBF do que o diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva. Veterano de assessoria de imprensa desde a campanha do penta em 2002, e tendo ocupado o posto em quatro mundiais, Paiva conhece como poucos o ambiente do selecionado e as relações políticas.
Num momento ainda de construção de equipe por parte do presidente Ednaldo Rodrigues, Paiva desempenha de fato uma função muito mais abrangente, tendo respeito e bom relacionamento com jogadores, comissão técnica e dirigentes. Por vezes ele orienta as ações não só na área de mídia. Quem acompanha o trabalho de Rodrigo Paiva vê nele inclusive o Diretor de Seleções que não foi nomeado.
Mais Amazônia para a Seleção
Depois de enfrentar a Bolívia em Belém, a Seleção Brasileira volta a jogar em território nacional em outubro contra a Venezuela em Cuiabá. Ainda sem confirmação oficial, o Brasil deverá voltar à região amazônica para o maior clássico sul-americano. Contra a Argentina, em novembro, o local escolhido será Manaus. A capital do Amazonas, nas eliminatórias para a Copa do Catar , foi sede do enfrentamento entre Brasil e Uruguai, goleada brasileira por 4 a 1 em grande atuação de Raphinha com estádio lotado e uma grande festa.
Carta marcada
Jogar no remodelado estádio Mangueirão era uma certeza para a Seleção Brasileira desde os tempos em que o comandante da CBF era o paraense Coronel Antônio Carlos Nunes. Muitas foram as articulações nos últimos anos para que o Brasil jogasse em Belém, fosse um amistoso ou uma partida oficial.
A cidade se candidatou, inclusive, para sediar o enfrentamento entre Brasil e Argentina, o jogo que foi interrompido pela Anvisa em São Paulo nas eliminatórias para o mundial do Catar. Agora, nada impediu para que houvesse oficialmente a inauguração da modernização do principal estádio do Pará.
Estádio Impecável
Os valores na casa dos R$ 280 milhões investidos na reforma do Estádio Mangueirão estão se mostrando bem aplicados. A obra transformou uma construção gigantesca em problemática em uma praça de eventos de primeiro mundo. A estrutura montada para Brasil x Bolívia está semelhante à dos estádios de Copa do Mundo.
O estacionamento é amplo, o sistema de comunicação funciona perfeitamente, há muito conforto para os 55 mil espectadores, limpeza em todos os setores, um gramado de excelente qualidade, iluminação potente e facilidade para acesso a todas as localidades. O Mangueirão já teve públicos superiores a 85 mil pessoas. Por motivos de segurança, esta capacidade caiu para 35 mil torcedores, e agora, com as obras na estrutura, aumentou em 20 mil espectadores.
Carinho e delírio
Belém já mostrou em dois dias que ainda há lugar para um extremo afeto com a Seleção Brasileira por parte de torcedores e que Neymar segue sendo ídolo e provocando frenesi em milhares de fãs. O início das eliminatórias mostra que a CBF foi cirúrgica em buscar como sede de seu primeiro jogo uma cidade pouco acostumada com jogos do time canarinho.
O hotel onde está concentrada a delegação está fechado para não-hóspedes, mas isto não impede que o lado externo tenha uma vigília permanente esperando a saída ou a chegada do ônibus ou uma aparição surpresa de algum atleta. Embora os preços de ingressos - o mais barato custa 200 reais - já é dada como certa a lotação do Mangueirão na sexta-feira (8).