No momento em que escrevo esta coluna, o Inter não tinha anunciado o novo treinador. Não importa, para o que desejo dizer. Sejam quem for o novo técnico, a direção colorada deve tomar uma decisão e dela não se afastar até dezembro chegar.
É simples, os responsáveis pelo futebol colorado devem fazer como faziam os mandarins, nos anos 1960/1970: cercar o treinador e questionar as suas decisões. Por que escalar o time desta forma se já não deu certo? Por que não escalar fulano se correspondeu quando foi escalado? E assim por diante. Não se trata de interferir no trabalho do treinador, mas ajudá-lo a pensar melhor suas decisões.
Leia mais:
Parcelamento, empréstimos e emissário no Beira-Rio: Inter espera que Bahia libere Guto até quarta
Inter tenta incluir jogadores em negociação de multa rescisória de Guto Ferreira no Bahia
Presidente do Bahia avisa: "Guto Ferreira só sai se Inter pagar a multa"
Antônio Carlos Zago não teria feito o que fez sábado se a direção do Inter tivesse questionado o trio de atacantes escalado pelo treinador contra o ABC. Um treinador deve ter autonomia no vestiário, mas não lhe cabe poder absoluto sobre o time. Se o treinador dá entrevista dizendo que joga sempre com três volantes e, na verdade, não é que acontece, impõe-se que lhe peçam explicações.
Se o treinador surpreende dizendo que o seu esquema tático é 4-3-3 e o que se vê é um 4-4-2, é precisa cobrar informações do treinador. Se o técnico não é cobrado, é certo que suas invenções vão aumentar. Que o Inter tenha aprendido a lição com Antônio Carlos Zago.