Ninguém esperava que o Gre-Nal fosse empolgante como acabou sendo. Normalmente, os clássicos são truncados e pouco ofensivos. Este não foi. Sequer faltou a tensão dos melhores confrontos.
Não foi tarefa fácil para Leandro Vuaden levar o jogo até o fim. Como quase nunca, os treinadores utilizaram todos os seus recursos para buscar a vitória. O Grêmio foi melhor na etapa inicial, mas acabou superado no segundo tempo.
A estatística do jogo mostrou que o Grêmio teve 51% de posse de bola contra 49% do Inter. Quer dizer, o Gre-Nal foi equilibrado no seu todo. Além da equivalência das equipes, não faltaram destaques individuais capazes de erguer as duas torcidas.
É possível que o Gre-Nal 412 tenha sido o único da temporada. Mesmo assim valeu a pena. Foi uma feliz surpresa na tarde chuvosa de sábado.
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Os treinadores
Antônio Carlos Zago avaliou que o Inter poderia ter vencido o Gre-Nal. Não fosse a falha de Danilo Fernandes, poderia ter acontecido, mesmo. Mas Renato Portaluppi foi extravagante ao dizer que o Grêmio tinha imposto um massacre ao Inter.
Entende-se o estado de espírito dos treinadores. Zago colocou o seu Inter em campo na condição de desafiante enquanto Renato, mesmo que não tivesse dito, foi para o clássico na condição de favorito.
É mais do que justificável que Zago estivesse feliz e Renato, frustrado. Aliás, também este analista saiu frustrado já que previra vitória fácil do Grêmio.
Destaques
Miller Bolaños foi o melhor jogador do Gre-Nal. Avaliação unânime na imprensa e entre os torcedores. Está em forma física e técnica exuberante. É quase impossível marcá-lo. Atormentou a defesa colorada enquanto teve pernas. No final, cansou.
No Inter, um uruguaio atrapalhou a vida de um argentino. Nico López foi o fantasma que entrou no jogo para incomodar Kannemann. Embora seja um jogador franzino, sobra-lhe coragem para enfrentar marcadores e a cada jogo que passa mostra melhor porque foi destaque na última Libertadores.
Depois de Bolaños, o melhor em campo.
Os piores
Os desempenhos menos eficientes do Gre-Nal ficaram com Ortiz, Charles, Carlos, Jailson e Marcelo Oliveira. Ortiz e Charles, visivelmente, sentiram o peso do Gre-Nal.
Carlos pareceu atrapalhado, Jaílson perdeu-se na tarefa de marcar e Marcelo Oliveira repetiu a média das suas atuações. Foi modesta sua performance.
Ridicularia
Em respeito a seus familiares e amigos não citarei o nome do dirigente gremista que, terminado o jogo, descontou a sua frustração com o resultado sobre o árbitro Leandro Vuaden. É uma postura patética que se perpetua sem que os seus protagonistas se dêem conta do quanto ridículos se tornam.
Apesar de ter sido um jogo complicado de apitar, porque os dois times estavam tensos demais, Vuaden não cometeu nenhum erro que comprometesse o resultado. O futebol está cheio de “patos novos” que pensam transformar-se em gansos repetindo as patacoadas de sempre. Momento pobre do Gre-Nal.
Barrios
Se Maicon tivesse jogado, provavelmente Renato teria escalado Lucas Barrios desde o início do Gre-Nal. E o resultado teria sido o mesmo. Qualquer jogador, por melhor que seja, precisa de um mínimo de afinidade com o time para impor suas virtudes. Centroavante, principalmente, que é um dependente do resto da equipe.
Goleador
Brenner, gols em todos os jogos. E veio da Série C.