Neste momento delicado que vive o Rio Grande do Sul, é complicado pensar em futebol. Essa pauta está longe de ser uma prioridade. O Estado precisa retomar suas atividades em vários setores ou pelo menos encaminhar a melhoria de pontos e serviços essenciais. Porém, por conta da decisão tomada pelas entidades que comandam as competições que a dupla Gre-Nal participa, os clubes precisam planejar seu retorno aos gramados.
Não acho absurdo o que disse Renato Gaúcho na entrevista ao programa Boleiragem, do SporTV. O técnico gremista cogitou tirar o rebaixamento da edição atual do Brasileirão. Se levarmos em consideração todos os obstáculos que os times gaúchos vão enfrentar daqui para frente, fica evidente o desequilíbrio técnico da competição. Enquanto outros times seguiram atuando, os clubes do Sul estão há pelo menos três semanas sem entrar em campo.
O tempo parado, sem jogos e treinos, não é o único problema para o futebol gaúcho. Os espaços das instituições foram tomados pela água e não há previsão exata de retorno para que seja possível utilizar Beira-Rio e Arena do Grêmio. A solução é jogar fora do RS. Longe da torcida. Os atletas e funcionários do clube longe de suas famílias. É um cenário completamente desconfortável para atuar em alto nível.
A logística é um grande problema que teremos nos próximos meses. É difícil fazer qualquer tipo de cobrança em relação ao nível de atuação que o time terá nos confrontos que se aproximam. Treinar em Itu, ser mandante em Barueri, utilizar o estádio do Criciúma e, por último, atuar no Alfredo Jaconi é uma eterna logística fora de casa.