Conclusão: precisamos criar uma nova taxa de drenagem. A ideia foi lançada pelo diretor-geral do Dmae, Maurício Loss, durante o programa Conversas Cruzadas, apresentado no YouTube por Léo Saballa Jr. Sem dúvidas, transferir milhões de reais dos bolsos dos cidadãos e dos caixas das empresas para os cofres da prefeitura ajudariam a minimizar os danos de uma nova chuvarada. Mas estamos, mais uma vez, atacando as consequências sem atacar as causas.
A partidarização excessiva do tema “mudanças climáticas” faz com que providências urgentes fiquem relegadas a um segundo plano. Não estamos falando aqui de algum conhecimento complexo e inacessível, mas de algumas verdades que a ciência já nos mostra há pelo menos três décadas: nosso modelo de vida está impondo mudanças ao planeta e essas mudanças geram consequências.
Não há mais motivos para continuarmos despejando fumaça de queima de petróleo no ar que respiramos
Se não corrigirmos nosso rumo rapidamente, mais cedo ou mais tarde veremos pessoas bem intencionadas proporem novas taxas. A saber: taxa contra seca, taxa contra ventos fortes, taxa de quebra da safra, taxa para reconstruir pontes e estradas, taxa para resgates em eventos climáticos extremos, taxa para manter empregos, taxa para reconstruir hospitais e escolas, entre outras.
Não há coelhos a tirar da cartola nem soluções mágicas. Algumas medidas, porém, são óbvias, mas de execução mais complexa do que propor que as vítimas paguem pelo próprio sofrimento. Uma delas é mudar o tipo de energia que consumimos. Não há mais motivos para continuarmos despejando fumaça de queima de petróleo no ar que respiramos. Governantes que adoram fazer discursos sobre sustentabilidade em eventos globais sobre clima e assinar documentos se comprometendo a reduzir a emissão de gases venenosos, na maioria das vezes, embarcam no avião de volta para casa e esquecem o assunto.
E, é claro, tudo isso começa com a ação de cada um. Na sua casa, na sua rua, no seu bairro e na hora de votar, cobrando e exigindo que nossos representantes cumpram as promessas de transformar nossas cidades em ambientes mais comprometidos com o futuro. Ainda dá tempo.