As negociações entre as empresas de ônibus e a prefeitura da Capital avançam em bom ritmo. Em março, foi deflagrado um processo de 90 dias, que envolve a repactuação de contratos e mediação da Justiça. A comissão formada para aprofundar o assunto tem se reunido duas vezes por semana. E os resultados têm sido positivos.
O X da questão continua sendo como baixar o preço da tarifa e garantir, ao mesmo tempo, a saúde financeira dos prestadores de serviço.
Três dos pontos que vêm sendo enfrentados: necessidade ou não de subsídios, futuro dos cobradores e configuração dos ônibus. Itens como ar-condicionado, letreiros luminosos e plataformas elevatórias encarecem os veículos, custos que se refletem na tarifa. Não se trata de simplesmente terminar com tudo, mas sim de uma equação que considere o equilíbrio entre demanda, responsabilidade social e viabilidade econômica.
Mais do que uma discussão sobre pontos individuais, prefeitura e empresas avançam na construção de um novo modelo, condicionado pela queda no movimento, já observada mesmo antes da pandemia. Concorrência de aplicativos nas distâncias curtas e aumento do uso de bicicletas são dois dos itens que já vinham impactando o sistema. O trabalho remoto, que já crescia e que vai se afirmar ainda mais, é outro fator a determinar a menor movimentação de pessoas nas cidades.
Enquanto as discussões avançam, a esperança é de que a vacinação se transforme em retomada do movimento. Nos últimos dias, o índice médio de ocupação dos ônibus em Porto Alegre subiu de 30% para 40%. Seja como for, a conversa construtiva entre prefeitura e setor privado é uma boa notícia nesses tempos que a gritaria vem ocupando o lugar do diálogo.