O novo secretário municipal da Fazenda de Porto Alegre, o mestre em Economia Rodrigo Fantinel, não é exatamente novo. Funcionário de carreira do órgão, já saiu jogando quando Sebastião Melo assumiu. Fantinel tem clareza do que precisa ser feito, a partir das diretrizes estabelecidas pelo prefeito Melo, pelo vice, Ricardo Gomes, e das suas convicções pessoais, alinhadas com a doutrina liberal.
Garantir receita sem aumento de carga tributária é o mantra mas recitado por ele. Para isso, planeja começar dando o exemplo, cortando despesas internas. Uma das principais é com os Correios, um investimento anual com o envio de cartas e carnês de cobranças que oscila entre R$ 6 e 7 milhões. Apostar em aplicativos, em parcerias e no pagamento de tributos com cartão crédito, processo em andamento desde a gestão passada e que deve estar pronto em breve, são caminhos definidos. Realocar pessoal para rescindir alguns contratos de aluguel de prédios é outra decisão tomada.
Fantinel também tem a convicção de que o investimento em inovação é fundamental para uma cidade com visão de futuro. Integrado com outros segmentos da administração, avalia a concessão de incentivos para empresas desse setor que queiram se instalar em Porto Alegre. Ele acredita que essa ferramenta, se empregada com critérios objetivos, claros e inspirados por uma visão estratégica, é indutora de arrecadação de desenvolvimento. Já há negociações nesse sentido.
A indicação de Fantinel e do seu adjunto, Bruno Breyer Caldas, não foram prioritariamente determinadas pela lógica política, mas sim técnica.
— Já estão me chamando aqui de Mãos de Tesoura — brinca o secretário, um gremista que gosta de corridas e treina para maratonas. Sem dúvida, vai precisar de fôlego nos próximos anos.