O vice-presidente Hamilton Mourão nasceu no Rio Grande do Sul, morou no Rio e na Amazônia, mas tem seu domicílio eleitoral em Brasília. Entre as possibilidades de um futuro político, duas se destacam: concorrer ao governo do Rio Grande do Sul ou ao Senado pelo Distrito Federal, já que é cada vez mais remota a chance de integrar novamente a chapa de Jair Bolsonaro.
Mesmo que não admita publicamente, o presidente Jair Bolsonaro vê com reservas o estilo do vice, que tem voz e ideias próprias e que vem construindo uma imagem mais ligada ao diálogo e à tolerância, apesar das suas posições fortes e da lealdade ao governo. Mourão aprendeu rápido a arte da política e, em princípio, é esse o caminho que pretende seguir. As primeiras definições devem ocorrer depois da eleição municipal, ainda neste ano, quando uma conversa entre Mourão e Bolsonaro jogará as primeiras luzes sobre os caminhos a serem seguidos.
De fato, ainda resta muito tempo até as eleições presidenciais de 2022. Mas isso, ao mesmo tempo em que recomenda cautela nas decisões, não impede que as peças se movimentem no complexo e imprevisível tabuleiro da sucessão.
