O comissário Rafael Marinho tinha certeza do mais importante: a refém, uma motorista de aplicativo, estava salva e segura. A prisão de dois sequestradores, noite passada, na Zona Sul de Porto Alegre, reservava ainda uma surpresa.
Formalizado o flagrante, Rafael foi comunicar a sua localização às outras equipes. Olhou para cima e viu que estava exatamente em frente a uma placa que estampava o nome da rua: Pedro Américo Leal. Ex-chefe de Polícia, ex-deputado estadual e ex-vereador, o coronel, que morreu em 2016 aos 92 anos, é bem mais do que uma referência antiga para Rafael. Ele e seu pai, Ivo Marinho, trabalharam juntos por muitos anos – primeiro na Polícia, depois na Câmara Municipal. Pedro Américo era um homem enérgico e que dedicou boa parte da sua vida parlamentar à causa da segurança pública. Nunca fugiu do debate.
Virou, no ano passado, nome da rua na qual, meses depois da homenagem, dois bandidos foram presos. Rafael postou a foto da placa no grupo de família do WhatsApp. Seu Ivo, hoje com 75 anos, adorou. Filha de Pedro Américo, a vereadora Mônica Leal se comoveu com a história:
– Meu pai amava a Polícia Civil. Costumava dizer que era sua filha –, afirmou.