São compreensíveis as razões que levaram o Grêmio e possivelmente levarão o Inter a sair de Porto Alegre para treinar. Mas nem por isso transformam os autoexílios em acertos. Os dirigentes querem acertar e são pressionados por desempenho e por resultados. Porém, há bem mais do que isso a pesar. A ligação entre times e torcedores sempre foi um dos elos mais fortes dessa corrente que transformou Porto Alegre em uma das capitais mundiais do futebol.
Em algumas circunstâncias, é natural que os times viagem e até fiquem fora por algum tempo. Agora, não estamos falando de uma pré-temporada ou de um torneio jogado em outra cidade. Simbolicamente, os times estão abandonando o Estado no qual vivem seus torcedores em uma situação difícil. É hora de solidariedade e do exemplo. Nesse ponto, Inter e Grêmio têm um papel que transcende às vitórias dentro do campo, para as quais devem se preparar da melhor forma possível. Sair do Rio Grande do Sul é se descolar de duas frases que são símbolo de vitórias, de amor e de fidelidade. "Nada vai nos separar" e "com o Grêmio onde o Grêmio estiver". São verdades, desde que tenham mãos de ida e de volta. Expresso aqui, nessa palavras, a minha opinião, entre tantas outras legítimas. Não confundo aquilo em que acredito com verdade absoluta e tenho absoluto respeito por que pensa diferente.
Sustento que nossos dirigentes e jogadores devem ficar aqui, usando máscaras e respeitando as regras estabelecidas pelas autoridades e que valem para seus milhões de torcedores. Participando de campanhas de solidariedade e mostrando às crianças como os ídolos se comportam em tempos de crise. É isso o que faz a força de um clube. Depois, vêm as vitórias no campo.