A nova polêmica entre o ministro do STF Gilmar Mendes e os militares reforça a relevância de separar Forças Armadas e governo, conforme determina a Constituição. Essa mistura nunca deu certo, ainda mais em ambientes de tensionamento político. Nada há de errado em ex-militares aceitarem cargos em Brasília. São altamente relevantes os serviços prestados por eles ao país. Mas, a partir do momento em que tomam posse em funções civis, mudam de status funcional. E isso precisa ficar mais claro.
Mendes alertou para o risco de os militares se associarem a um genocídio, criticando a política do governo Bolsonaro no enfrentamento ao coronavírus. A reação foi imediata. E forte, gerando mais uma frente de crise no país.
Por outro lado, as declarações do ministro do STF são, mais uma vez, um indicativo dos danos causados pelo excesso de exposição de integrantes da nossa Suprema Corte, que deveriam primar pelo resguardo e pela sobriedade.