Centralidade, legitimidade democrática, alcance nacional e autoridade legal. Só um Estado forte consegue. E, sem isso, situações de crise e de emergência, como essa do coronavírus, ficam ainda mais difícil de enfrentar.
Durante as últimas décadas, o debate se perdeu em uma confusão semântica.
Tamanho é diferente de força.
Então, governos de esquerda incharam suas estruturas, interferindo em áreas onde não deveriam estar. E os de direita, por vezes, se encolheram demais, abrindo mão da presença efetiva em setores onde deveriam estar.
A atuação do Ministério da Saúde e do SUS, nesse momento, são o respiro de esperança do Brasil. Há inúmeras iniciativas privadas que passam por doações e pesquisas, mas só um Estado forte é capaz de articular ações com uma visão apropriada para o momento.
Pode ser que, em breve, inventem algum algoritmo ou que a inteligência artificial ocupe espaços de decisão e ação. Mesmo assim, alguém vai precisar estabelecer regras e fiscalizar - nem que seja um governo virtual.
O falso dilema entre liberdade do indivíduo e interesse coletivo foi a uma das primeiras vítimas do coronavírus. Não há solução sem equilíbrio entre os dois.