Foi na década de 1980 que a revista Veja publicou, pela primeira vez no Brasil, um anúncio personalizado. Usando uma tecnologia revolucionária para a época, a propaganda – não me lembro do quê – era precedida do nome impresso de cada assinante. Alguns, mais famosos, ligaram para a redação reclamando. Demoraram para entender que não tinham sido vítimas de uso indevido das suas marcas pessoais.
Hoje, recebo diariamente dezenas de e-mails que começam com "Caro Tulio", "Querido Tulio", "Amado Tulio", "Idolatrado Tulio". A imensa maioria, quase 99%, é spam. Especialmente os "amados e idolatrados". Por isso, quase nunca os leio. Aprendi a reconhecer o DNA da máquina assim que vejo a mensagem.
Durante a semana, ao correr os olhos pela caixa de entrada do meu e-mail, deparei com uma situação, no mínimo, engraçada. Copio, a seguir, o início da mensagem:
"Olá 'nome'. Tudo bem?
Caso esteja trabalhando sugestões de destinos para o Dia das Crianças. Caldas Novas, em Goiás, é opção de destino para viajar com filhos na data gastando pouco...."
Dei uma gargalhada. Peguei o picareta com a boca na botija. Digitei e enviei ao remetente: "kkkk adorei o olá 'nome', digitei e enviei ao remetente. Para minha surpresa, pouco depois, um ser humano se apresentou:
"Oi Tulio!
Toda vez que mando e-mail com erro de digitação ou acentuação a plataforma me 'sabota' hahhaha.
Pra me fazer passar vergonha mesmo e corrigir das próximas vezes.
Seu nome lá estava T´ulio, errado de todo jeito, né? rsrsrsrs
Grande abraço!
Fabiana"
Aí, sim. Fiquei com vontade de pedir mais informações sobre pacotes para Caldas Novas, em Goiás. Nada como um toque humano na comunicação.