Agnaldo da Silva Vieira inverteu a lógica do Dia dos Pais. Bolou um presente para a filha Marina, de um ano e 11 meses. Pedreiro, morador de Capão de Canoa, levou a menina para a sessão de fotos que se repete a cada três meses. Quando já rolavam os primeiros cliques da Mari, vestida de bailarina, a função foi interrompida.
– Quando ela me viu de tutu, começou a rir. Olhava para sua roupa, olhava para mim, colocava a mão na frente da boca, surpresa, e dava gargalhadas – relembra Agnaldo.
Além das poses, pliés e jetés, a brincadeira tinha um objetivo: enfraquecer preconceitos e transmitir a mensagem de que o pai estará ao lado da filha, em qualquer circunstância. Até vestido de bailarina.
– É tão comum vermos pais dizendo "não brinca com isso, é brinquedo de menino, de menina". Não quero que ela seja assim. Quero que ela faça o que quiser, desde que com consciência – afirma o pai.
A história da dupla chegou até a coluna por meio do cunhado, Eduardo Pires, que queria compartilhar a iniciativa com os leitores de ZH:
– Acho que deveria servir de exemplo. Pai não só deve estar presente, como também deve participar.
Além das fotos, foi construída e inaugurada, em tempo recorde, uma ponte entre pai e filha: a nova mania da Mariana é convidar o Agnaldo para dançar. Ela ri. Ele se derrete.
*Produção: Letícia Paludo