O Pink Floyd Sinfônico da Ospa lotou o Araújo Vianna, em Porto Alegre, bem na hora do frio e do jogo da Seleção, neste domingo (7). Bem produzida, arranjos corajosos, dois coros afinados, luz e cenografia digna de grandes espetáculos, a mistura do erudito com o pop sempre traz riscos, mas a orquestra e seus convidados entregaram mais do que o público esperava.
Lá pela metade do espetáculo, entre uma música e outra, bem na hora do silêncio, uma mulher berrou, do meio da plateia: "Lula livre!". Pronto. Vaias, alguns aplausos. Gritos de "Lula ladrão".
A coisa ameaçava encrespar quando o maestro Evandro Matté precisou se virar para o público e pedir silêncio, inclusive fazendo gestos de "calma, calma" com as mãos.
Foi aplaudido pela imensa maioria, que estava ali para ver e ouvir música. De onde eu estava, ainda ouvi rumores de um bate-boca. "Shhhhhh", fez galera do deixa-disso. E fez-se a calma novamente, pelo menos nas aparências.
O show não pode parar.