Vibrei quando a Fraport venceu a disputa pelo Salgado Filho. "Agora vai", pensei. Passados os primeiros meses do desembarque da gigante alemã em Porto Alegre, só recebo reclamações. De passageiros, em longas filas de espera no raio X, dos donos de lojas, inseguros, e dos jornalistas, pela falta de uma comunicação rápida e eficiente.
Esperava mais. Simpatizo com a empresa antes mesmo de conhecê-la. Minhas raízes alemãs me levaram, alguns anos atrás, a comprar uma camiseta do time do meu avô, o Eintracht Frankfurt. Uso de vez em quando, com orgulho. Tem um patrocínio gigante da Fraport no peito.
Juntei meus laços afetivos e a promessa de eficiência alemã para construir uma expectativa de avanços rápidos no aeroporto de Porto Alegre. Até agora, não aconteceu. As obras seguem, mas a postura é arrogante.
Entendo o choque cultural e de gestão que sofre uma empresa europeia que chega ao Brasil. Mas acreditei que a Fraport estava preparada para os sobressaltos. E são muitos, que passam pela insegurança jurídica e pela nossa falta de organização.
Talvez assustada com tudo isso, vejo uma organização fechada, antipática e que não se relaciona com a comunidade ao seu redor.
As lojas do aeroporto são um exemplo. Mesmo com contratos vigentes, os permissionários convivem com a ameaça de fechamento do terminal 2, o mais antigo. Não há informações claras sobre quando e em que condições. Imagine o medo dos funcionários e a insegurança dos empreendedores.
Ainda tenho a certeza de que, em breve, a Fraport chegará de verdade ao Rio Grande do Sul. É o que queremos. Alguns sorrisos já seriam um bom começo.