A preguiça pode ser uma estratégica de sobrevivência para as espécies. De acordo com um estudo da Universidade do Kansas, gastar muito energia indica uma maior probabilidade de extinção. O trabalho foi publicado esta semana na revista Proceedings of the Royal Society B.
Para conseguir estudar a evolução, os pesquisadores precisavam ter contato com animais muito antigos. Então, foram ao fundo do Oceano Atlântico. Os cientistas analisaram as taxas metabólicas – quantidade de energia necessária para a vida cotidiana – de 299 espécies de 5 milhões de anos atrás.
– Encontramos uma diferença entre as espécies de moluscos que foram extintas nos últimos 5 milhões de anos e as ainda existentes. Aquelas que foram extintas tendem a ter taxas metabólicas mais altas do que aquelas que ainda estão vivas. As que usam menos energia parecem mais propensas a sobreviver do que os organismos com taxas metabólicas mais altas – disse o biólogo Luke Strotz, coautor do estudo.
A pesquisa poderá auxiliar na tarefa de prever quais espécies sertão extintas primeiro na Terra. A equipe quer agora saber se o nível das taxas metabólicas também têm importância para a extinção de outros animais, como mamíferos e aves.
Porém, nem toda a preguiça é benéfica. Segundo Bruce Lieberman, também coautor do trabalho, a falta de atitude da humanidade frente à poluição do planeta pode ser o maior perigo para a nossa própria espécie.
– Este resultado não significa necessariamente que as pessoas preguiçosas são as mais aptas, porque às vezes essas pessoas preguiçosas são as que consomem mais recursos –acrescenta Lieberman.