Um setor discreto, mas fundamental, recebeu atenção especial das autoridades durante a paralisação dos caminhoneiros. As funerárias de Porto Alegre foram incluídas na lista dos setores com preferência de abastecimento. A decisão, baseada em uma lei, foi tomada pelo gabinete de crise da Capital, formado por representantes de áreas diversas e complementares, como segurança, saúde, transporte e comunicação.
Durante a fase aguda da crise, dois postos foram escolhidos para abastecer os carros da prefeitura, um na Dom Pedro II e outro da Bento Gonçalves. Cada vez que um carro fúnebre chagava a um deles, o fiscal de plantão no local acionava o gabinete de crise, que dava individualmente cada uma das autorizações.
Casos os rabecões ficassem sem gasolina, haveria um triste e perigoso acúmulo de corpos. Triste pela dor das famílias dos amigos, que prolongariam a espera pelo enterros. Perigoso por razões sanitárias, uma vez que a capacidade de armazenamento e conservação de cadáveres é limitada – risco agravado pelo calor dos últimos dias.
Também durante a greve, uma mobilização realizada pelas Forças Armadas garantiu que dezenas de soldados doassem sangue para os bancos da Capital.