Apesar dos avanços no cumprimento à lei do Fundo Municipal da Criança, a prefeitura ainda não corrigiu uma das distorções mais injustas e cruéis do sistema público de assistência social.
Inexplicavelmente, uma criança da Fasc receberá, de acordo com edital recente, R$ 4,2 mil por mês para custeio. Para crianças com deficiência cuidadas por entidades do terceiro setor, o valor é de R$ 944,83. Ninguém consegue explicar esse absurdo. Nem precisa. Ele é resultado, de um lado, do peso de uma máquina que veio enferrujando ao longo de décadas e, de outro, da insensibilidade do poder público com centenas de meninos e meninas invisíveis.
O Ministério Público, através da promotora Cinara Braga, encampou a luta pela correção do descalabro. O ex-presidente da Fasc Solimar Amaro se comprometeu com entidades e com o próprio MP a corrigir a distorção. Mas o processo emperrou em algum canto obscuro da prefeitura. Um pouco de luz.
É o mínimo a que crianças muitas vezes mudas, imóveis e esquecidas têm direito.