O ano não foi fácil. Teve escândalo na política, crise na economia, muita briga nas redes sociais. Mas teve também quem encontrou tempo e disposição para fazer diferente.
O Informe Especial conta algumas dessas histórias inspiradoras e deseja um ano novo para os leitores.
Quetelen Silveira
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Motivada por sua experiência pessoal com voluntariado, Quetelen Silveira (à direita) ampliou a atuação da Patrulha Maria da Penha do 9º Batalhão de Polícia Militar em 2017. No ano de sua estreia na divisão, a soldada mobilizou o comando para realizar uma festa de Dia da Criança em uma escola da Ilha dos Marinheiros, onde cerca de 400 mães tiveram a oportunidade de se informar sobre como proceder em caso de violência doméstica. O sucesso foi tamanho que repetiram a dose no Natal.
“Acreditamos que este trabalho nos trouxe, além do crescimento pessoal, a certeza de que estamos no caminho certo! De que mesmo que com poucos recursos a intenção fez a diferença!”, celebra Quetelen.
Sandra e Flavio Fuchs
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Apresentada em novembro de 2017 na Califórnia, a nova diretriz para diagnóstico de hipertensão em adultos nos Estados Unidos tem influência gaúcha. Realizado com apoio do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o estudo Prever foi uma das referências utilizadas para a formulação dos novos critérios. Médicos e professores da UFRGS, Sandra e Flávio Fuchs são os responsáveis pela pesquisa realizada em 22 centros do Brasil.
“Esses dados são válidos para a população americana e podem ser úteis para nós, brasileiros. Além de profissionais e gestores de saúde, a população deve ficar sabendo que agora a hipertensão é definida por valores de pressão a partir de 13/8, e com isso possam estar atentos ao controle da pressão”, conta Sandra.
Na foto, o casal com Dr. Paul K. Whelton da Associação Americana de Cardiologia.
Analice Moreira
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Analice Moreira pode ser considerada uma espécie de “assessora para assuntos de solidariedade” da Vila dos Comerciários. Mas nem sempre foi ligada ao voluntariado.
O responsável pela mudança tem quatro patas e atende pelo nome de Caco.
Em busca de companhia para seu cão idoso, Analice foi escolhida, na Redenção, por um charmoso vira-latas. Foi assim que começou sua atuação junto à ONG Amigo Bicho. Além de resgatar, cuidar e abrigar temporariamente os cães encontrados, a pedagoga ainda desenvolve uma série de ações junto à comunidade de seu bairro:
“Depois de um curso realizado durante um processo de depressão, descobri que tínhamos que ter um propósito na vida, deixar a nossa marca”, explica. “Essa é a marca que eu pretendo deixar”.
Adair Souza
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No fim de outubro, Adair Souza (à direita) perdeu, em Cachoeirinha, sua carteira, contendo todos os documentos e R$ 2 mil.
Certo de que havia perdido tudo, o empresário ficou surpreso quando o desempregado Juliano de Morais devolveu o conteúdo intacto . Em vez de uma recompensa, deu uma oportunidade: criou uma vaga de estoquista em sua empresa em Gravataí apenas para empregá-lo, já que a obesidade o impedia de ocupar outra vaga.
Até a metade de 2018, Juliano deve passar por uma cirurgia bariátrica para melhorar a qualidade de vida. Adair vai tentar arcar com a maior parte das despesas, como retribuição à dedicação de seu novo funcionário, que acaba de completar três meses de casa:
”Foi uma sorte que caiu na hora certa e no lugar certo. É importante lembrar que a honestidade vale a pena”.
Carmen Fonseca
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A semente foi plantada em 2016, mas foi em 2017 que a Associação das Hortas Coletivas do Centro Histórico começou a render frutos.
Liderados pela publicitária e jornalista Carmen Fonseca, o grupo luta para transformar um terreno na Rua José do Patrocínio que pertence à prefeitura na maior horta urbana de Porto Alegre. Enquanto não é definido um destino para o local, eles não ficam de braços cruzados: já conseguiu revitalizar e implantar uma horta na escadaria da Rua João Manoel, jogar bombas de sementes em outros terrenos inutilizados no bairro e desenvolver parcerias com a UFRGS e com a comunidade. Ao todo, foram mais de 20 ações. Em 2018, os esforços continuam.
“É a oportunidade de reverter uma situação negativa em algo produtivo e positivo para a cidade. Acredito na revolução através da comida. A proposição de uma horta comunitária tem impacto direto no individuo, na família, na vizinhança, na cidade, na sociedade e, considerando a união de pequenas iniciativas, no mundo”, defende Carmen.