Uma nova biografia de Che Guevara joga luzes sobre a vida – e sobre as três mortes – do sonhador que, meio século depois do seu assassinato, continua a despertar polêmicas e paixões.
Nas 231 páginas de As Três Mortes de Che Guevara, Flávio Tavares mergulha em zonas de sombra nunca antes exploradas pelos biógrafos do revolucionário argentino. A mais polêmica e reveladora: Che foi abandonado por Fidel Castro, que cedeu às pressões russas e virou as costas ao antigo aliado da Revolução Cubana.
O autor conheceu Che no Uruguai, em 1961. Também esteve com a mãe dele, dona Celia, e com inúmeros amigos e familiares, além de outras tantas testemunhas oculares desse período.
O gaúcho Flávio Tavares participou da resistência ao regime militar no Brasil. Em 1969, foi um dos ativistas trocados pelo embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado no Rio de Janeiro (no vídeo abaixo, o jornalista fala sobre o episódio).
No seu novo livro, Tavares, que é colunista de Zero Hora, inverte a lógica narrativa para explicar a morte enquanto ela ainda era vida. Para o autor, Che começou a morrer em Cuba, agonizou no Congo e terminou executado na Bolívia, em 1967.
Tavares explica: o livro resgata Che Guevara e sua visão do "homem novo", despojado de cobiça, que ele não conseguiu ver realizada em Cuba. Por isto, sob pressão e enxotado, saiu em busca da utopia em outro lugar. Foi parar na Bolívia, enganado pela cúpula do Partido Comunista local.
O livro, editado pela L&PM, será lançado em Porto Alegre no dia 9 de outubro, data em que, exatamente 50 anos antes, Ernesto Guevara de la Serna era metralhado em um lugarejo esquecido do interior da América do Sul.