Os defensores da eleição direta sonham com Lula. Os apoiadores da eleição indireta querem Jobim, ou Meirelles, ou Pedro Parente. E não querem Lula.
Essa lógica maniqueísta reflete a falta de cuidado com o que realmente importa: as qualidades necessárias a um presidente no Brasil de hoje, caso a queda de Michel Temer se confirme.
A minha lista: carisma, liderança, honestidade, capacidade de construir consensos, conhecimento de gestão, visão estratégica e boa saúde, porque não adianta assumir e baixar hospital um dia depois. Fiquei pensando em um nome que preenchesse as minhas expectativas. Queimei neurônios por dois dias.
Leia mais
Ampliação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre corre risco de ser adiada
Nem Lula, nem Temer, nem Doria:o político campeão de buscas no Google
Eleição direta agora é golpe
Má notícia: todos os meus candidatos estão mortos. Ou não nasceram ainda. Mais uma vez, a racionalidade necessária para traçar os destinos da Nação fica obscurecida pela debate passional. Passional e rasteiro.
Com um pouco de esforço, conseguiríamos ir além " golpista " e "esquerdopata". Aliás, de certa forma, fomos. Algo nos une. A perigosa certeza de que todos são corruptos. Nos engalfinhamos na disputa da forma, como se o conteúdo fosse secundário. Direta, indireta, semidireta ou pinga-pinga.
Antes disso, é fundamental que cada um escolha que tipo de cidadão quer ser. Rancoroso, vingativo, alienado, revolucionário. Ou um daqueles raros que hoje em dia conseguem respirar fundo e pensar mais no futuro do que no passado.