Representantes de fundos de investimentos do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Estados Unidos estiveram em Porto Alegre na última quarta-feira buscando informações sobre os ativos do Estado listados em bolsa: Banrisul e CEEE. Vieram à capital gaúcha para investigar a possibilidade real de privatização das duas estatais.
O interesse não é na compra direta, mas na valorização das ações. Qualquer movimento do Piratini para deixar o banco com mais cara de instituição privada poderia ter reflexos positivos no valor dos papeis. Um exemplo seria a remuneração variável dos seus diretores.
O dia foi longo. Pela manhã, foram até a Assembleia Legislativa, onde conversaram com técnicos a respeito dos trâmites dos projetos na Casa.
Também aproveitaram a visita para sondar alguns deputados sobre a Proposta de Emenda à Constituição que libera a privatização ou federalização da CEEE, CRM e Sulgas sem plebiscito. Parte do grupo almoçou com Manuela D'Ávila (PCdoB).
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Apesar de não integrar a base do governo, a deputada foi procurada, de acordo com seus interlocutores, por ser "mais preparada que a média dos parlamentares" e pela "capacidade de fazer uma boa leitura do que acontece no Legislativo".
No início da tarde, os investidores foram recebidos pelo governador José Ivo Sartori e o vice, José Paulo Cairoli. Depois seguiram para a Secretaria da Fazenda, onde encontraram o responsável pela junta de coordenação financeira, Flávio Pompermayer.
Na pauta, a situação das contas públicas.Voltaram ao Salgado Filho com algumas impressões:
1 - Os políticos gaúchos são mais favoráveis à privatização do Banrisul do que deixam transparecer em público.
2 - Não há um plano do Governo do Estado para sair da calamidade financeira.
3 - A venda ou federalização da CEEE, CRM e Sulgas nem de perto resolve o problema fiscal.
4 - Situação e oposição têm percepções bem diferentes a respeito da força que o governo tem na Assembleia.