Michel Temer repete os erros de Lula. Com a desculpa da governabilidade, montou um balaio de gatos que chama de governo. Desde que assumiu, três ministros foram afastados por denúncias e outros tantos envolvidos em acusações graves.
O quadro se torna ainda mais preocupante porque Temer virou presidente prometendo ética e moralidade, um contraponto ao atoleiro de corrupção que engoliu o PT. Até agora, o que se vê é mais do mesmo, sem qualquer reação enérgica do ex-vice de Dilma Rousseff.
Em vez de começar a faxina pelo seu próprio quintal, Temer aposta na busca da legitimidade externa. Suas viagens internacionais estão recheadas de apertos de mão e de fotos com primeiros-ministros e presidentes. Seria lindo se o governo, que nasceu sitiado, não estivesse se atrapalhando nas questões fundamentais. O Brasil cansou da malandragem, das meias-palavras e da enrolação.
A favor de Temer pesa a reação da economia. Ainda tímida, mas significativa. Mas cuidado. Foi a festa do crédito fácil e da gastança que, em boa parte, manteve a popularidade dos governos Lula e Dilma. Isso é pouco se não for acompanhado por uma resposta ao clamor por mudanças na podridão do sistema.
O alerta é do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, gaúcho radicado no Paraná: corremos o risco da concentração do dinheiro público nas grandes empreiteiras brasileiras apenas mudar de mãos, indo parar em empresas estrangeiras. Isso não significa necessariamente corrupção, mas seria, em outra frente, a repetição dos equívocos construídos e consolidados nas últimas décadas.
Michel Temer deve uma resposta mais convincente nos campos da eficiência, da ética e da moralidade. Seus amigos no governo talvez não permitam. O presidente precisa escolher. Sob pena de perdermos mais uma chance de arrumar o Brasil.
Invicto
Pela sexta vez consecutiva, o TJRS é o tribunal estadual mais eficiente do país, conforme o relatório do Conselho Nacional de Justiça. Foi o único a atingir 100% de eficiência no cumprimento das metas em 1º e 2º graus.
Boa causa
A vice-presidente administrativa da Ajuris, juíza Vera Deboni, foi convidada a integrar o grupo de trabalho da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, que irá reorganizar o Cadastro Nacional de Adoção e promover eventos e workshops na área da Infância e Juventude.
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