Entrávamos, Marcos Piangers e eu, no ginásio do Earls Court para assistir a um jogo de vôlei feminino. Londres, 2012. Uma instalação olímpica feita de compensado. Mas o efeito na tevê era lindo. Como se uma caixa de madeira fosse construída dentro do centro de eventos da Fiergs e lá se montasse uma quadra.
O jogo não era dos mais emocionantes. Algo como Ilhas Maurício contra Trinidad e Tobago. Ganhamos os ingressos e fomos. Era um sábado de manhã.
O Piangers sempre foi pop, mesmo antes de ser papai. Na saída do metrô, ele não hesitou: comprou uma máscara de Príncipe Charles. O plano: chamar a atenção dos cinegrafistas e do diretor de imagens para, quem sabe, aparecer para o mundo na tevê.
Sentamos lado a lado. A cada intervalo de set ou no tempo técnico, o Piangers, fantasiado de Príncipe Charles, se levantava e começava a dançar, a abanar os braços. E eu ali, torcendo para que o plano desse certo.
Foi do meio pro final do jogo. O Piangers, possuído por alguma divindade olímpica, abanava os braços e se movia ao som da música. De repente, um cinegrafista postado na lateral da quadra apontou a câmera para o lugar onde estávamos. Piangers em êxtase. E eu ali pensando "vai Piangers, vai".
O cinegrafista, mesmo de longe, ajustou o foco.
De repente, no telão do ginásio e nas telinhas de quem estava assistindo, apareceu. Só que não era o Piangers. Era eu. Caí na gargalhada. O Piangers abriu os braços. Só faltou dizer: "Pô, assim não vale".
O senso de humor britânico é imbatível.
O segredo das medalhas
Não é só o corpo. É a cabeça.
O mantra é repetido a cada medalha. "Não é por acaso. É muito trabalho e treinamento pesado." Todos os atletas que disputam a Olimpíada treinaram muito, se sacrificaram, abriram mão da convivência com a família e com os amigos. Todos.
Então, me parece incompleto creditar a vitória a isso, como se treinar mais horas fosse o motivo do triunfo. Não é.
Para subir no pódio, não é necessário treinar mais que os outros. É necessário treinar melhor.
Na hora do ponto decisivo, do golpe final, do sprint, leva vantagem quem pensar e sentir melhor. Não é frieza, é organização interna. E para isso, é preciso estar descansado. Dormir, recuperar o corpo. O que nenhum atleta diz, mas deveria, é que a vitória veio pelo descanso. Pela recuperação. Pelo respeito ao limite, até na hora de tentar superá-lo.
O cansaço é um epidemia contemporânea. A luz, as mensagens do uats, a série na tevê, travam entre elas uma disputa. Vence quem nos impedir de dormir.
Com sono, ninguém decide bem. Então, termine de ler a sua Zero Hora e volte pra cama.
Durma. E seja um campeão.
Foto do dia
Rio | O momento em movimento.
Capitão
Fernandão será homenageado de forma marcante e surpreendente no jogo que celebrará a conquista da primeira Libertadores pelo Inter. Os ingressos já estão à venda. É terça, no Beira-Rio.Tinga, organizador do evento, anda correndo mais do que quando jogava.
Dois em um
Durante seu período de estudos em Nova York, o prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, planeja se dedicar também ao trabalho voluntário.Gestão, captação de recursos, prestações de contas à sociedade, solidariedade. O terceiro setor, feito com seriedade e competência, tem muito a ensinar.
Rai teque 1
Depois da internet das coisas, a internet dos bois.A Expointer terá cerca de cem pontos que transmitirão informações diretamente aos celulares dos visitantes.Ao passar pelo restaurante, por exemplo, o cardápio voa da mesa para a telinha.Tudo pelo aplicativo Tag Point.
Rai teque 2
Um outro aplicativo, o da Expointer, vai incorporar neste ano o mapa da feira. "A tecnologia é um caminho sem volta", avalia o secretário da Agricultura, Ernani Polo.