Tomara que acabe.Cartão de visitas dos governos petistas, o Bolsa Família é um programa barato e eficiente. Ajudou a tirar milhões de brasileiros da miséria. No fim, mesmo quem torcia o nariz se viu obrigado a reconhecer.
Michel Temer não morre de amores pela ideia, mas aumentou o benefício em 12,5%. Se é uma medida isolada, é um erro. Manobra politiqueira para enfraquecer Lula e o PT. Aliás, um erro repetido.
O Bolsa Família é uma dessas ideias que deveriam trabalhar contra elas mesmas. É louvável, desde que seja encarado como transitório. Seu foco só poderia ser um: combater o descalabro da pobreza, e não apenas cristalizá-lo em um patamar menos hediondo.
Daqui pra frente, o único indicativo de sucesso do programa deveria ser a redução do número de benefícios, e não o aumento. Bolsa Família é um meio, não um atalho estreito entre a miséria e menos miséria.
Precisaríamos também de educação, de segurança, de infraestrutura, de oportunidades. Para que o Bolsa Família se transformasse no caminho da liberdade, e não da escravidão.
Ao que parece, Temer quer apenas comprar eleitores. Talvez consiga.
O presidente interino jogou para a torcida, não para o país.
É a mesma lógica das cotas. Elas existem para nivelar, e não para perpetuar diferenças.
As cotas só são eticamente defensáveis se um dia se tornarem desnecessárias. Para que negros, índios e pessoas com deficiência consigam chegar com fôlego na linha de partida. Cotas e Bolsa Família não podem ser, de jeito nenhum, linha de chegada.
Por isso, quem é a favor desses programas deve torcer e trabalhar para que eles fiquem menores, e não maiores. O crescimento, nesses casos, é sinônimo de fracasso.
Temer repete o erro do PT ao não pensar no depois. Ao não investir no segundo, no terceiro e no quatro degrau.
Em vez disso, Temer parece só enxergar o fantasma de Lula.
É a diferença entre esmola e justiça social. A primeira é dada de cima pra baixo. A segunda busca a relação horizontal.
O Bolsa Família só terá dado certo no dia em que terminar. No dia em que se transformar em História. É para isso que os governos e a sociedade deveriam trabalhar.
O resto é demagogia.
Procura-se
Um alto funcionário da embaixada norte-americana em Montevidéu confirmou: os Estados Unidos estão cooperando com o Brasil e com o Uruguai na busca pelo sírio Jihad Diyab, que sumiu depois de ter sido acolhido pelo ex-presidente Mujica. Antes, Jihad, que militou no grupo terrorista Al-Qaeda, havia sido capturado pelos EUA e enviado à prisão de Guantánamo. Foi visto no Chuí há alguns dias.
Fumaça branca
A autonomia dos Bombeiros, finalmente, vai sair do papel. O Piratini compreendeu que a medida representa um avanço para a sociedade.Mais do que cumprir a lei, o governo evitou um desgaste que se tornaria ainda maior em caso de um desastre natural ou incêndio de grandes proporções. A conta cairia no colo do governador.
Álibis
Anote aí: arbitragem e desfalques serão temas obrigatórios depois do Gre-Nal. Se der empate, talvez nem tanto. Talvez.
Embarque ameaçado
Apesar da boa vontade e da eficiência dos servidores da Polícia Federal em Porto Alegre, é grande a confusão. A máquina de imprimir passaportes da Casa da Moeda quebrou. De novo. Muita gente com viagem marcada não sabe o que fazer.Os passaportes de emergência estão sendo feitos na hora, mas alguns países resolveram não aceitá-los.
Cicatrizes
A crise anda feia.O Brasil perdeu o primeiro lugar no ranking dos países que mais realizam cirurgias plásticas. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, fomos ultrapassados pelos EUA e pelo Japão.
Mantra
Férias de si mesmo. Serão 10 dias de vivências e de meditações em Viamão.O Lama Padma Samten receberá pessoas de todo o Brasil para percorrer as etapas do treinamento budista. Não há pré-requisitos além do valor da inscrição.Informações: (51) 8431-0380 | 3485-5159, das 14h às 17h.
Parceria
Quatro patas, duas pernas.Cães e donos, correndo juntos, de boa, pela Redenção. Vai ter Canicross em Porto Alegre neste sábado. Às 8h, todos se encontrarão em frente ao Auditório Araújo Vianna.Pede-se levar os tradicionais saquinhos plásticos.
Tribuna
Aqui, o leitor tem a palavra final.
Sobre a observação de que estamos chegando ao ponto em que ensaiar assaltos com a família para treinar a reação vai se tornar fundamental:
"Ainda bem", "Ensaiar é o que nos resta": pelo amor de Deus, em nome do bom jornalismo (pelo menos), não repita um conceito desses a céu aberto. O Estado entregue à bandidagem e à omissão do poder público (em todas as esferas) e você acha que só o que nos resta é ensaiar um eventual assalto? Devo ter lido errado. Magda de Almeida O sr. Tulio dá a receita para não ser assassinado quando de um assalto e vai treinar com a família. Faltou só combinar com os assaltantes. Se treino fosse garantia de sucesso, o meu time não perdia uma. (...)
Silvestre Mateus
Sobre a afirmação de que os táxis precisam melhorar a qualidade do serviço e de que o rigor nas vistorias já foi bem maior em Porto Alegre: Dizer que o "poder público tem parte" na qualidade dos serviços PÚBLICOS de transporte de passageiros foi de enorme infelicidade.Penso que os trabalhadores do sistema merecem um desagravo, não basta dizer que é uma minoria etc.É preciso dizer, alto e bom som, a total responsabilidade do poder público no caso.
Antonio d’ Avila
Sobre um dos temas favoritos da coluna:
O senhor só fala em bicicletas. Mas que as mesmas andam na calçada, nada.
João Carlos Sirtoli
Sobre o Brexit:
Nem direita ou esquerda? Acorda, amigo. É o "ultraconservadorismo e o fascismo" na Europa. É só ler teu parceiro Luiz Antônio Araujo. Abraço, fica com Deus.
Roges
Sobre a inauguração de uma sala de amamentação no foro trabalhista de Porto Alegre:
A torturante espera pelas audiências a que são submetidas as pessoas na Justiça do Trabalho, depois de passarem pela humilhação de provar que não são bandidos, passa a léguas de distância duma coisa chamada respeito ao ser humano. (...)Então, fica assim: na falta de criatividade para acelerar o processo trabalhista e tratar com respeito a todos os cidadãos, usa-se o dinheiro do contribuinte para implantar o "mamódromo". Desse modo, as mulheres não mostram os peitos e os excelentíssimos ouvidos dos magistrados não são maltratados pelo choro de crianças famintas.
João Eichbaun
Sobre a utilização de uma palavra estrangeira pela coluna:
Assunto: Steward? What is this?
Rolnei