Ticiano Osório

Ticiano Osório

Jornalista formado pela UFRGS, trabalha desde 1995 no Grupo RBS. Atualmente, é editor em Zero Hora e escreve sobre cinema e seriados em GZH e no caderno ZH2.

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"Star Wars: A Ascensão Skywalker": os avisos que faltaram na bilheteria do cinema

Filme de encerramento da saga parece uma mistura de videogame com telenovela mexicana

Ticiano Osório

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Lucasfilm Ltd. / Divulgação
Daisy Ridley empresta dignidade à protagonista, Rey

Há um aviso na bilheteria do cinema, reforçado pela lanterninha (ainda se chama assim?) quando o espectador vai entrar na sala: "Star Wars – Episódio IX: A Ascensão Skywalker contém várias cenas com imagens e luzes piscantes constantes que podem afetar pessoas suscetíveis a epilepsia por fotossensibilidade ou que sofram de outras fotossensibilidades".

Poderiam existir outros avisos:

"Se você não viu os episódios VII e VIII, não se preocupe. Este filme conta praticamente a mesma história de todos os outros: há uma luta do bem contra o mal, da resistência contra o império. Logo no começo, uma ordem do imperador Palpatine a Kylo Ren, o príncipe do lado sombrio da Força, resumirá todo o enredo: 'Mate a garota. Dê fim aos Jedi. Mas cuidado: ela não é quem você pensa que é'."

Disney / Divulgação
Kylo Ren: Adam Driver em seu modo "emo enfurecido"

"Prepare-se para sentir a agitação dos fãs nas poltronas a cada aparição de um personagem clássico ou a cada referência ao passado da saga. Até ewoks dão as caras."

"Fãs do diretor J.J. Abrams também podem se alvoroçar com as participações da Felicity e do Charlie de Lost, embora a primeira nunca tire o capacete e o segundo surja como se sempre estivesse ali, feito mobília falante."

"Não repare se em muitos momentos, por causa da breguice dos diálogos e de revelações mirabolantes que intercalam a correria de videogame, o filme parecer uma telenovela mexicana ruim misturada a um beabá sobre yin e yang."

"Apesar de terem poder suficiente para, com as mãos, parar uma nave espacial, Rey e Kylo Ren preferem duelar com os sabres de luz. Umas três ou quatro vezes."

Reprodução / YouTube
Carrie Fisher morreu em 2016, mas volta a viver Leia

"Personagens morrem, mas não se assustem: logo poderão reaparecer vivinhos da silva, afinal, se até uma atriz morta há três anos permanece trabalhando na saga, que dirá alguém que nem é real."

"Tudo no filme é falado ou mostrado, nada é sugerido, não há elipses nem sutilezas. Os personagens dizem exatamente o que vão fazer e o que estão fazendo, e, quando acessam uma memória, essa lembrança ficará em cena pelo máximo de tempo possível, como um outdoor dedicado à nostalgia dos fãs, para que você possa antecipar a resposta de um personagem à pergunta da última cena." 

"Quando você, já entediado, olhar para o relógio, ainda faltará uma hora para terminar o filme."

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