A data de reabertura do aeroporto Salgado Filho depende do resultado da análise das amostras colhidas na pista, mas uma data mais promissora do que a metade de dezembro foi definida como meta na reunião desta terça-feira (18) entre a cúpula da Fraport e ministros do governo Lula. O objetivo com o qual as duas partes trabalham é retomar os voos em 1º de outubro, de forma parcial, e ir ampliando aos poucos.
O chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo brasileiro não está satisfeito com os prazos previstos até agora, referindo-se à afirmação da CEO no Brasil, Andreea Pal, que falou em reabrir “antes do Natal”. Mais tarde, ela havia dito que esse prazo era o previsto “na pior das hipóteses”.
Único a falar pela Fraport, o CEO Global da empresa alemã, Stefan Schulte, disse que não abria mão do prazo de quatro semanas para a conclusão da análise, por se tratar de uma questão de segurança. Os ministros Rui Costa, Paulo Pimenta e Silvio Costa Filho concordaram que segurança é inegociável.
Oficialmente, ficou combinado de não falar em data, mas a coluna apurou que essa é uma meta considerada factível, mesmo que seja preciso mexer na sub-base da pista.
Schulte informou que a empresa vai acionar o seguro e buscar financiamento no BNDES para executar as obras necessárias. Isso nem de longe significa que os alemães vão abrir mão de discutir o reequilíbrio do contrato. Apenas que essa conversa fica para uma segunda etapa, porque a discussão só pode se iniciar depois de apurados todos os gastos com a reconstrução e o prejuízo decorrente do período em que o aeroporto ficou e ficará parado. É possível que o assunto fique para a vinda de Schulte ao Brasil, nos dias 17 e 18 de julho.
Quando o ministro Rui Costa perguntou se a empresa cogitava sair do Rio Grande do Sul, Schulte disse que não e pediu desculpas pela fala de Andreea Pal, que aventou essa possibilidade ao responder a uma pergunta da deputada Maria do Rosário.
ALIÁS
Mais do que garantir a intenção de continuar operando o aeroporto Salgado Filho, o CEO global da Fraport disse aos ministros brasileiros que a empresa tem intenção de continuar investindo no Brasil. A manifestação indica que a Fraport poderia participar de outras concorrências, dentro e fora do Rio Grande do Sul.
Esperança para o projeto de Vila Oliva
Se de fato a Fraport está disposta a continuar investindo no Brasil, o aeroporto de Vila Oliva seria uma excelente oportunidade de negócio. Além de poder trabalhar como complementar ao Salgado Filho, um seria opção para o outro em caso de neblina ou qualquer outro problema.
Naturalmente, a empresa só vai ampliar investimentos no Brasil se o desfecho do caso Salgado Filho se der dentro dos parâmetros do contrato e da legislação que trata das concessões. Traduzindo, se o governo, que é o poder concedente, concordar com o reequilíbrio econômico do contrato, direito reconhecido pelos técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Uma das formas de reequilibrar o contrato pode ser a cessão de outro aeroporto para construir e operar.