
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Após confirmar a intenção de concorrer a um novo mandato em Porto Alegre, nesta segunda-feira (15), o prefeito Sebastião Melo concedeu entrevista coletiva. Questionado sobre a disposição de permanecer os quatro anos na prefeitura caso seja reeleito, Melo não garantiu que completará o segundo mandato:
— Eu só vou trabalhar o tema municipal. Os temas estadual e federal não estão na minha agenda. Sou pré-candidato a prefeito de Porto Alegre — tergiversou
Diante da insistência na pergunta, o prefeito se esgueirou novamente:
— Sou candidato a terminar o governo, faltam nove meses. E depois disputar a eleição, que aqui é Gre-Nal, é dura, é difícil. E, se ganhar a eleição, fazer mais e melhor. Não está na minha pauta discutir o Estado ou a União.
A dúvida se justifica porque, em caso de reeleição, Melo é considerado um potencial concorrente ao governo do Estado em 2026. Para isso, no entanto, teria de renunciar ao mandato como prefeito da Capital.
Além dele, o MDB tem o vice-governador Gabriel Souza como potencial candidato à sucessão de Eduardo Leite.
O prefeito concedeu entrevista coletiva ao lado do presidente estadual do MDB, Vilmar Zanchin, e do ex-prefeito José Fogaça, que renunciou ao mandato na prefeitura em 2010 para concorrer ao Piratini.
Na entrevista, Melo relatou ter recebido um telefonema de Gabriel mais cedo e disse que o vice-governador só não compareceu ao ato partidário porque está em Brasília. Segundo o prefeito, a desavença partidária da eleição de 2022 está "superada".
Na ocasião, Melo e seu grupo político resolveram apoiar Onyx Lorenzoni (PL) na eleição ao Piratini, abrindo dissidência no MDB, que indicou Gabriel para ser vice de Eduardo Leite (PSDB).