O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Na convenção do último sábado (19), que confirmou o deputado federal Covatti Filho na presidência do diretório estadual do PP, o senador Luis Carlos Heinze fez uma cobrança pública ao novo comandante do partido.
Heinze afirmou que os progressistas não podem abrir mão de lançar candidatura própria ao Piratini.
— E aí Covatti, em 2026, temos que também ter candidato. Nós não podemos ser um puxadinho de outros partidos. O tamanho e a grandeza desse partido têm que seguir Jair Soares, que foi nosso governador — disse Heinze, encerrando o breve discurso de quatro minutos.
Um dos últimos a falar, Covatti Filho adotou tom cauteloso e disse que é preciso "analisar o cenário da melhor forma". O futuro presidente do PP, que tomará posse no dia 11 de setembro, lembrou que o partido participou dos governos de José Ivo Sartori (MDB) e de Eduardo Leite (PSDB), e ajudou a aprovar projetos impopulares enviados à Assembleia.
Nas últimas eleições para governador, quando lançou candidato, o PP não obteve êxito. A última vez que o partido governou o Estado foi na gestão de Jair Soares (na época, filiado ao PDS), entre 1983 e 1987.
— Partido que pensa pequeno se apequena. O nosso foco é no ano que vem (eleição municipal), mas sempre focando no objetivo que é chegar ao Palácio Piratini — respondeu Covatti Filho, ao ser questionado pela coluna sobre o posicionamento do PP em 2026.
Na última eleição, o PP lançou Heinze para concorrer ao governo do Estado, mas o senador ficou na quarta posição, com 4,28% dos votos. No segundo turno, a maioria dos deputados recém-eleitos pelo partido decidiu apoiar Onyx Lorenzoni (PL). De outro lado, a família Covatti e o deputado Frederico Antunes, que liderara o governo Leite, endossaram a candidatura do tucano.
Em 2026, o atual vice-governador Gabriel Souza (MDB) deverá ser lançado candidato à sucessão de Leite, com o apoio do governador.