![Valter Campanato / Agência Brasil Valter Campanato / Agência Brasil](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/2/0/7/1/0/5/3_b6b3a0951ab5e6d/3501702_b12b4bab21d1d82.jpg?w=700)
Apesar da pressão de um grupo de senadores emedebistas próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-deputado e ex-ministro Carlos Marun acredita que o MDB irá homologar a candidatura da senadora Simone Tebet na próxima quarta-feira (27) durante a convenção nacional da legenda. Considerado um dos auxiliares mais próximos do ex-presidente Michel Temer, Marun reconhece a existência, dentro do partido, de "uma ala lulista e uma ala bolsonarista", mas diz que a maioria é "emedebista" e quer manter Simone na disputa.
— Eleição se ganha e se perde contando os votos. Nós temos que oferecer um espaço de centro. As duas candidaturas que lideram as pesquisas representam extremos e boa parte da população não é extremista — afirma.
Na última terça-feira (19), Temer recebeu um grupo de senadores do MDB favoráveis a uma aliança com Lula já no primeiro turno. A eles, Temer teria dito que apoia a candidatura própria do partido. Dois dias depois, em entrevista ao UOL, o emedebista disse que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) é "honestíssima". A petista reagiu ao chamando o emedebista de "golpista" e "traidor".
Marun considera que a manifestação de Dilma atrapalha uma aproximação dos partidos em eventual segundo turno. Além disso, o ex-ministro entende que é "muito difícil" conciliar a agenda emedebista com a petista em pontos como a reforma trabalhista e a PEC do Teto de Gastos.
— Em relação ao segundo turno, se nós não estivermos lá, é claro que manifestações como essa só atrapalham esse apoio que muitos emedebistas querem dar a Lula. Se o PT estiver no segundo turno, ele deveria entender com menos raivosidade o processo de impeachment, que tem como nascedouro a incompetência da presidente Dilma — diz Marun.
Marun reforça que vai com Simone no primeiro turno. Se a senadora não estiver no segundo turno, a tendência é de que o MDB libere os líderes regionais para apoiar o candidato que preferirem.
— Nós queremos estar lá (no segundo turno), mas se não estivermos vamos ter que optar por uma das duas (candidaturas). Hoje, se fôssemos analisar a pauta econômica, vamos ver que o nosso governo tem mais semelhança com o governo de Bolsonaro. O que nos afasta de Bolsonaro é a sua retórica totalitarista. E ele insiste em não mudá-la. Em relação ao PT, a pauta econômica é muito diferente da nossa, ao mesmo tempo que o PT tem história de respeito à regra do jogo — pondera o ex-ministro.
Marun afirma que, apesar de aparecer bem posicionado em pesquisas, não pretende disputar um assento na Câmara dos Deputados nesta eleição. Para 2022, o seu plano é coordenar a campanha de Simone. Em Mato Grosso do Sul, seu candidato a governador é André Puccinelli (MDB).