O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O prefeito Sebastião Melo estabeleceu prazo até o final de março para decidir sobre o reajuste do preço da passagem de ônibus de Porto Alegre. No momento, o valor é de R$ 4,80, e as concessionárias solicitaram reajuste para R$ 6,65. Por contrato, a nova tarifa já deveria estar em vigor desde 1º de fevereiro.
A esperança do prefeito é de que a Câmara dos Deputados não demore a analisar o projeto de lei que prevê a criação de um programa que destina R$ 5 bilhões em recursos federais para a gratuidade do transporte coletivo a pessoas com mais de 65 anos. O texto foi aprovado no Senado há duas semanas e já teve a urgência solicitada na Câmara. Ainda assim, precisa ser discutido, aprovado pelos deputados e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro para entrar em vigor.
Melo já prometeu que, se o subsídio federal chegar, a tarifa será congelada. Entretanto, é improvável que ocorra uma definição até o final do mês. Além da possibilidade de que a Câmara demore para analisar o projeto, são consideráveis as chances de veto presidencial. No final de 2020, Bolsonaro já vetou uma proposta que previa um socorro de R$ 4 bilhões ao transporte público.
Soma-se a isso o fato de que o preço da passagem da Capital já está defasado em relação à chamada “tarifa técnica”, que leva em conta a planilha de custos do sistema. A prefeitura fixou o valor de R$ 4,80 em julho, enquanto as concessionárias pediram R$ 5,20. A diferença está sendo custeada pelo Paço Municipal.
— Tenho dois caminhos: ou fixo a passagem em seguida e continuo bancando a diferença (entre o valor fixado e o pedido das empresas) ou aguardo a decisão do governo federal — explica Melo.
Não está descartada a hipótese de que a prefeitura anuncie um reajuste e, mais tarde, em caso de aprovação do subsídio federal, reduza o valor da tarifa.
Além da definição do custo da passagem, o final do mês de março também é o prazo com o qual Melo trabalha para anunciar o novo secretário de Mobilidade Urbana. A pasta está sem titular há dois meses, desde a saída de Luiz Fernando Záchia (MDB). Desde então, o adjunto Matheus Ayres (PP) responde interinamente pela função.
O cargo foi oferecido ao vereador Moisés Barboza (PSDB), em uma tentativa de reforçar a aliança com os tucanos com o Paço Municipal, mas o convite foi recusado. Uma das principais dificuldades para atrair quadros qualificados para as secretarias é o valor da remuneração, baixo em comparação com oportunidades oferecidas pela iniciativa privada.
— Também não acho razoável colocar agora um secretario no meio desse tiroteio, do “aumenta passagem ou não aumenta”, ou da indefinição sobre o subsídio — diz o prefeito.
Aliás
Embora o PSDB tenha rejeitado ocupar a Secretaria de Mobilidade Urbana, o prefeito Sebastião Melo não desistiu de atrair o partido para o primeiro escalão do governo. Embora não integrem formalmente o governo, os tucanos já têm indicações na prefeitura e costumam votar a favor dos projetos enviados à Câmara por Melo.
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