O ex-governador José Ivo Sartori (MDB) foi homenageado nesta terça-feira (19) com a medalha do Mérito Farroupilha, mais alta honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Estado. A outorga foi proposta pelo deputado Carlos Búrigo (MDB), que foi secretário de Sartori na prefeitura de Caxias do Sul e no Palácio Piratini.
A cerimônia, no Teatro Dante Barone, reuniu políticos de vários partidos, sobretudo do MDB, além de representantes de outros órgãos públicos, amigos e familiares do ex-governador. Sartori utilizou a maior parte dos 20 minutos nos quais discursou para exaltar os feitos de sua gestão à frente do governo do Estado. Arrancou aplausos da plateia ao repetir uma frase proferida em seu discurso de despedida do Palácio Piratini, em 1º de janeiro de 2019:
— Preferi a dureza da verdade libertadora do que a doçura da mentira embalada em frases de efeito.
O ex-governador disse que as políticas de assistência social não devem ser monopólio de "um partido ou um grupo político". Citou a manutenção de estradas, a recuperação de escolas, a redução no déficit fiscal e a qualificação na área da segurança pública. Admitiu erros e disse que, mesmo errando, seu governo "queria acertar e fazer as coisas andarem":
— Não tenho dúvida de que fomos um governo plural, e me orgulho muito disso, técnico, mas não tecnocrata, popular, mas não populista, simples, mas não simplório. Não importava e nunca importou a popularidade do momento, da ocasião.
Sonho de consumo dos militantes, dirigentes e mandatários do MDB para 2022, como candidato a governador ou a senador, Sartori não falou sobre eleições. Disse apenas que "o país espera muito das gaúchas e dos gaúchos".
— Acima dos nomes, dos partidos e das ideologias, o povo gaúcho é forte, aguerrido e tem seu valor. Precisamos de uma construção elevada que tenha como foco as pessoas e o bem comum — afirmou.
No encerramento do discurso, o ex-governador citou uma frase da escritora Cora Coralina: "O que vale na vida não é o ponto de partida, e, sim, a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher".
O presidente da Assembleia, Gabriel Souza disse que Sartori promoveu uma mudança histórica no Rio Grande do Sul, rompendo com "a cultura do gigantismo estatal, das promessas demagógicas e da envelhecida ideia de que o Estado tudo pode".
— Acabar com o discurso fácil não era missão para sofisticados, intelectuais, gerentes com MBA. Era missão para um gringo da colônia, raiz, corajoso, experiente, resistente e independente — declarou Gabriel, que foi líder do governo Sartori no Legislativo.
Proponente da homenagem, o deputado Carlos Búrigo citou medidas implementadas por Sartori, como a lei de responsabilidade fiscal estadual, a extinção de fundações e autarquias, a implantação do acordo de resultados, a criação da previdência complementar e o enxugamento do Estado.
— A busca pelo equilíbrio fiscal não tem fim em si mesmo, mas permite o financiamento para a implantação de políticas públicas — ressaltou Búrigo.
Ao final da cerimônia, o ex-governador foi às lágrimas durante a interpretação da música Oh de Casa, do grupo Os Bertussi, pelo cantor Victor Hugo, que foi secretário da Cultura em seu governo.
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