Nascerá nesta quarta-feira (6), de inseminação artificial, o maior partido do Brasil em número de deputados federais e senadores, tempo de propaganda em rádio e TV e dinheiro dos fundos partidário e eleitoral. Resultado da fusão entre o DEM e o PSL, o novo partido, que deve ganhar o nome genérico de União Brasil e o número 44, também pode ser considerado um casamento de conveniência, desses que unem duas famílias ricas para impedir que o patrimônio seja dilapidado.
O DEM é o velho PFL rebatizado para ser chamado de Democratas, como o partido de Barack Obama, no tempo em que ninguém ousaria chamar seus integrantes norte-americanos de comunistas.
O PSL é um agrupamento de seres sem tradição política, que se elegeram na carona de Jair Bolsonaro. Desconhecidos ou conhecidos que colecionavam fracassos em eleições mais fáceis, identificaram no fenômeno Bolsonaro, em 2018, sua chance de tirar o pé do barro. Até quem nunca tinha conseguido ser vereador conseguiu virar deputado federal a bordo do 17.
Nestes quase três anos de governo Bolsonaro, o PSL rachou. O presidente saiu e até hoje não escolheu seu partido. Deputados como Joice Hasselmann (SP), que se dizia mais bolsonarista do que os filhos do capitão, viraram inimigos. Os que restaram fieis ameaçam abandonar o barco, se o UB (ou PUB) escolher outro candidato para chamar de seu em 2022. Se irão abrir mão das gordas verbas de campanha para se aventurar em outra sigla mais pobre, é o que veremos até o início de abril.
No Rio Grande do Sul, o novo velho partido tem quatro deputados federais (Onyx Lorenzoni, hoje ministro do Trabalho, Bibo Nunes, Nereu Crispim e Ubiratan Sanderson) e quatro estaduais (Tenente-coronel Luciano Zucco, Ruy Irigaray, Vilmar Lourenço, Capitão Macedo, Eric Lins e Thiago Duarte). Na formação original, o PSL ganha do DEM por 3 a 1 na Câmara e por 4 a 2 na Assembleia.
Principal líder do DEM no RS, Onyx quer ser candidato a governador com o apoio de Bolsonaro. Logo, se o UB escolher outro caminho para a presidência, Onyx e seu filho, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Lorenzoni, podem abrir uma dissidência no partido ou acompanhar Bolsonaro em sua nova casa.