Para que as aulas presenciais nas escolas estaduais sejam retomadas, o governo não precisa que o Cpers-Sindicato concorde. A menos que uma decisão judicial impeça, basta determinar o retorno e os professores terão de assumir seus postos nas escolas, sob pena de desconto nos salários como falta não justificada. A secretaria estadual da Educação, Raquel Teixeira, porém, quer tentar convencer os professores na base do diálogo.
Ao lado do governador Eduardo Leite, Raquel participou nesta sexta-feira da transmissão pelas redes sociais em que foi anunciada a volta às aulas presenciais para a Educação Infantil, responsabilidade dos municípios, primeiro e segundo anos do Ensino Fundamental.
Desde que assumiu, Raquel vem dizendo que, se uma escola não oferecer condições de segurança sanitária para professores e alunos, será a primeira a defender a manutenção das aulas remotas e brigar para que os problemas sejam sanados. O governo se compromete a oferecer material de higiene e limpeza e equipamentos de proteção individual para professores e alunos.
A presidente do Cpers, Helenir Schürer, insiste que só com a vacinação de todos os professores e servidores de escolas será possível retomar as aulas presenciais. O problema é que os professores estão no grupo prioritário, mas só depois de vacinadas as pessoas com comorbidades. O governo gaúcho pleiteia uma alteração na ordem, mas o Ministério da Saúde ainda não concordou com essa demanda. Se seguir o cronograma atual, não haverá como vacinar todos os professores no primeiro semestre.
Leite e Raquel garantem que professores e funcionários de escolas que pertencem aos grupos de risco permanecerão em suas casas até a imunização. Os jovens e saudáveis terão de voltar para as salas de aula. Por enquanto, os pais terão opção de escolher entre a aula presencial e o ensino remoto.