A ideia da gaúcha Karin Miskulim, diretora do Grupo Voto, de fazer um contraponto aos dois encontros do presidente Jair Bolsonaro só com empresários do sexo masculino se materializou nesta sexta-feira (30), em um almoço com a presença de 52 empresárias e executivas, no Palácio Tangará, um dos hotéis mais luxuosos de São Paulo. Bolsonaro levou nada menos do que sete ministros, mais os presidentes da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e do BNDES, Gustavo Montezano.
Paulo Guedes (Economia), Fábio Faria (Comunicações), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), Ricardo Salles (Meio Ambiente), João Roma (Cidadania), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e o ministro-chefe da Casa Civil, Luis Eduardo Ramos, responderam a perguntas das mulheres sobre suas respectivas áreas. A primeira-dama Michelle Bolsonaro e as ministras Tereza Cristina e Damares Alves foram convidadas, mas não puderam comparecer.
Karin, que transferiu a sede de seus negócios para São Paulo, deu ao almoço o nome de Brasil de Ideias Mulher, uma derivação do tradicional Brasil de Ideias, que começou pelo Rio Grande do Sul, com palestras de líderes políticos e empresariais. Ela é uma das sócias da empresa In.Pacto, que recentemente venceu a concorrência de R$ 4,4 milhões para prestar serviços de comunicação à Apex, agência governamental de promoção das exportações.
Diferentemente dos encontros anteriores de Bolsonaro com empresários, no tom monocromático dos ternos escuros, o almoço com as mulheres teve o colorido dos vestidos e manifestações de descontração. Na hora da foto coletiva, poucas mantiveram a máscara no rosto.
— Acreditamos que só com encontros como este, incluindo mulheres no centro do poder, que conseguiremos avançar em pautas estruturantes, somar experiências, trocar ideias para a tomada consciente de decisão. Não queremos privilégios, pelo contrário, queremos igualdade, em todos os sentidos — discursou a anfitriã.
Dulce Pugliesi, uma das fundadoras da Amil, falou em seguida em nome das empresárias presentes:
— Para além das reformas estruturantes e do custo Brasil, que todos sabemos da importância, o que todos nós queremos é um olhar atento para a causa do desenvolvimento e da inclusão. Pedimos um olhar atento para as diferenças de oportunidade e isso tudo é o que eu vejo aqui hoje dentro dessa sala.
Bolsonaro focou seu discurso no emprego e nos programas de ajuda lançados pelo governo para enfrentar a pandemia. Como em manifestações anteriores, disse que não pode ser acusado de omissão, porque foi impedido pelo Supremo Tribunal Federal de agir. Na verdade, o STF apenas deu aos prefeitos e governadores autonomia para adotar medidas restritivas que o presidente não aceitava.
O presidente disse que, diante da política do isolamento, a destruição de empregos foi enorme, mas que, por causa das ações do governo, o país conseguiu terminar com mais empregos do que no final de 2019.
Guedes contou que, em breve, o governo lançará um programa para os cerca de 40 milhões dos chamados invisíveis, que atuam com trabalho informal e não têm conta em banco.
— Vamos fazer a vacinação em massa, mas ao mesmo tempo deixar o povo trabalhar — disse.
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