Um dos vereadores de Porto Alegre que protestou contra um trecho do Hino Rio-Grandense na sessão de posse da Câmara, Matheus Gomes (PSOL) registrou ocorrência nesta sexta-feira (29) na Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, inaugurada em dezembro. O vereador relatou ter sido vítima de ameaças de agressão e morte e de ofensas consideradas racistas nas redes sociais.
Gomes prestou depoimento à delegada Andrea Mattos e entregou um documento contendo prints das ameaças e insultos recebidos. Entre as expressões utilizadas contra o vereador estão mensagens como: "olha a cor" e "o que não deixa ele pensar é aquela imundície que ele chama de cabelo".
Gomes pediu celeridade das autoridades na investigação para "demonstrar que a internet não é 'terra de ninguém' e que racismo é crime".
— É inadmissível que essa situação siga acontecendo. Se pensam que irão me intimidar com mensagens de ódio, estão enganados.
Gomes é um dos vereadores que integra a bancada negra na Câmara de Porto Alegre. Na posse, em 1º de janeiro, ele e outras quatro vereadoras negras permaneceram sentados durante a execução do hino do RS, em protesto a um trecho da letra que teria conotação racista. A estrofe questionada diz que "povo que não tem virtude acaba por ser escravo".
O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) se pronunciou, criticando a manifestação e defendendo que o verso em questão nada tem de discriminatório.
— Nosso protesto na posse em decorrência de um trecho racista do hino do nosso Estado abriu uma importante discussão na nossa sociedade sobre racismo estrutural. Não tenho dúvidas que essas agressões racistas que sofri representam uma minoria —afirmou Gomes.
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